BRIGA NO TRIBUNAL

CBS justifica não contratação de roteirista branco e hétero; leia a resposta

Caso é sobre liberdade empresarial e política de cotas a favor de minorias
DIVULGAÇÃO/CBS
David Boreanaz em pôster de Seal Team
David Boreanaz em pôster de Seal Team

A rede CBS, na última quinta-feira (23), protocolou na Justiça sua defesa contra processo movido pelo roteirista Brian Beneker, que alega ter sofrido discriminação por ser branco e hétero, sendo por isso preterido na ocupação de vagas abertas na equipe de roteiristas da série Seal Team. A emissora líder de audiência nos Estados Unidos usou a Primeira Emenda da Constituição americana para justificar essa não contratação.

“A CBS tem o direito constitucional, conforme a Primeira Emenda, de selecionar os roteiristas cujo trabalho molda o empreendimento artístico da CBS”, diz o documento. O time de advogados da emissora reivindica não haver justificativa de reparação e pede que a Corte de Los Angeles indefira o caso de Beneker.

Em março, o roteirista em questão entrou com um processo contra a CBS (produtora de Seal Team) e o conglomerado Paramount Global (dono da emissora). A acusação aponta que a política de inclusão, equidade e diversidade da CBS “criou uma situação em que homens brancos heterossexuais precisam de qualificações ‘extras’ (incluindo experiência militar ou créditos anteriores em sala de roteiristas) para serem contratados [pela série Seal Team] em comparação com seus pares não brancos, LGBTQ ou mulheres; destes não são exigidas tais qualificações extras.”

Trabalhando em Seal Team desde 2017 como coordenador de roteiro, Beneker argumenta que lhe foi negada posições de mais destaque ao longo dos anos, sendo rejeitado para dar espaço para pessoas pretas ou mulheres, candidatas que ele diz que não tinham experiências suficientes ou qualquer trabalho como roteirista no currículo.

No processo, os advogados do roteirista são categóricos: “Os réus [CBS e Paramount] deliberadamente discriminaram Beneker com base em sua raça, sexo, gênero e orientação sexual.”

A defesa da rede CBS

“A Primeira Emenda proíbe totalmente as reivindicações de Beneker. A Primeira Emenda incorpora um princípio fundamental de autonomia do orador que impede o governo de intervir em como empresas expressivas, tipo a CBS, devem ou não agir. Isto, portanto, substitui a aplicação de estatutos, incluindo leis antidiscriminação, que forçariam uma empresa a comprometer a sua própria mensagem.”

Os advogados de defesa ainda registraram que responsabilizar a CBS por não contratar o acusado “impediria a emissora de contratar os contadores de histórias que a CBS acredita serem os mais adequados para contar as histórias que a CBS deseja produzir e transmitir. Conceder vitória a Beneker prejudicaria a capacidade de a CBS de falar em seus próprios termos.”

Esse pedido da CBS, de indeferir o caso, será analisado em 15 de julho no Tribunal Distrital Central de Los Angeles.

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