Atualmente um dos atores mais conhecidos no mundo das séries, indicado a cinco Emmys por três dramas diferentes, Giancarlo Esposito passou por um momento tão crítico da vida, antes de entrar em Breaking Bad (2008-2013), que chegou a planejar a própria morte para que seus filhos pudessem receber o dinheiro do seguro. Com franqueza e de coração aberto, ele contou essa história macabra em entrevista ao podcast Jim & Sam.
Perdido nos próprios pensamentos e enfrentando dificuldades financeiras em meados dos anos 2000, Giancarlo Esposito não via uma luz no fim do túnel. Ator desde jovem, começou na carreira aos 21 anos, o ítalo-americano nascido na Dinamarca pensou em uma saída trágica.
Ele chegou até a consultar o sogro, que trabalhava com seguros, sobre como órfãos poderiam ficar com o dinheiro após a morte do pai. “Certo dia eu perguntei para ele: ‘Ei, uma pessoa pode pegar [o dinheiro de] um seguro de vida… se alguém comete suicídio, quem fica com a grana?’.”
Giancarlo falou que a reação de sua mulher foi normal, pois não fazia ideia do que realmente passava pela mente dele. “Eu pensei”, continuou o ator, “e comecei a planejar: se eu arranjar alguém para me dar um golpe na cabeça, morte acidental, eles [mulher e filhos] vão conseguir pegar o dinheiro do seguro.”
“Eu tinha quatro filhos, queria que eles tivessem uma vida”, confessou. “Era um momento muito difícil para mim. Eu, literalmente, pensei em autoaniquilação para que eles pudessem sobreviver. Para você ter uma ideia do quanto eu estava desesperado.”
O plano, felizmente, não se concretizou porque os pensamentos de Giancarlo encontraram um escape. A morte não seria viável, pois iria causar muita dor aos familiares, gerando um trauma que duraria a vida toda deles. Então, veio a salvação: “A luz que me salvou foi Breaking Bad.”
Em 2009 (segunda temporada), ele ganhou destaque na trama popular e premiada na pele de Gus Fring, gerente do restaurante Los Pollos Hermanos em sua linha de negócios legalizada, mas um traficante barra-pesada no submundo criminal, um dos antagonistas da narrativa. Em 2012 veio sua primeira indicação ao Emmy por viver Fring.
Seu personagem fez parte de Better Call Saul, spin-off prelúdio de Breaking Bad que seguiu os passos do advogado Jimmy McGill/Saul Goodman (Bob Odenkirk). Foram duas indicações ao Emmy (2019, 2020); pelo trabalho em The Mandalorian vieram outras duas disputas (2020, 2022).
Ele esteve recentemente em duas séries da Netflix: Caleidoscópio (2023) e Magnatas do Crime (2024). Tem no currículo atuações em The Boys, Godfather of Harlem, The Get Down, Cara Gente Branca, entre outras produções televisivas. Seu trabalho atual é como protagonista de Parish, drama inédito no Brasil do canal americano AMC.
