Bacanal, sexo, nudez, drogas… Produções da HBO são conhecidas por ter doses disso e mais um pouco. Mas com The Idol, a ser lançada no domingo (4), a situação passa longe do trivial. A série chega ao público pré-julgada. A mídia especializada assistiu aos episódios com antecedência e disparou avaliações negativas: “misógina”, “sensacionalista”, “sexista”, “podre”, entre outros termos. Mas, e se a trama for boa no final das contas, quem vai elogiar?
Como, dentro desse cenário de rejeição já determinado, surgirá qualquer avaliação positiva da série, caso mereça? Mesmo se apresentar algo de interessante, deverá ser relativizado pela situação criada, com aquelas observações de repúdio prevalecendo. O público pode ver The Idol com esse viés negativo ditando as emoções.
Uma coisa é certa: a série vai ter audiência, ao menos na estreia. A curiosidade que a cerca é suficiente para atrair um número razoável de telespectadores. A propaganda negativa é propaganda, querendo ou não. Todo mundo vai querer ver se é para tudo isso mesmo, se a série é tão asquerosa assim.
Sam Levinson, criador de Euphoria (outra série “bacanal” da HBO) e mente por trás de The Idol, é adepto da máxima “falem mal, mas falem de mim”. Ele crê que o drama polêmico será “a maior série do verão [americano]”; inverno para nós. O showrunner sustenta essa visão justamente por causa da cobertura negativa que a imprensa tem feito sobre a atração. Ele sabe que a trama é provocativa; as reações comprovam isso.
The Idol teve sua première no badalado Festival de Cinema de Cannes, no mês passado. A plateia ficou chocada com o que viu. Logo nos primeiros minutos deu para sentir o tom da série, com cenas de masturbação, rosto da protagonista Jocelyn coberto por sêmen e seios da atriz Lily-Rose Depp expostos a todo instante, assim como sua bunda.
Orgasmos e cenas de sexo de todo tipo permeiam os episódios. O pornô da vingança, quando alguém vaza uma foto íntima de um ex-parceiro(a), é tema de destaque.
E, realmente, as críticas foram duras. David Fear, da Rolling Stone, disparou: “The Idol é mais tóxica e muito pior do que você ouviu falar”. Jo-Ann Titmarsh, do London Evening Standard, decretou: “É vulgar, um pornô da tortura.”
“É cruel, grotesca e sexista”, escreveu Robert Daniels, do The Playlist. “O que irrita é a representação hedionda da cultura do estupro”, soltou Caspar Salmon, do The Daily Beast.
Therese Lacson, do Collider, fez uma pergunta: “O que [Sam] Levinson [cocriador e diretor] entende como provocativo e subversivo é bastante decepcionante. Como pode uma série com tanta nudez, sexo e erotismo ser tão sem graça?”
Conheça a trama de The Idol
The Idol conta a história da artista Jocelyn (Lily-Rose Depp), com altas vibes de Britney Spears. Depois que um colapso nervoso atrapalhou sua última turnê, a cantora está determinada a reivindicar seu status de direito como a maior e mais sexy estrela pop dos Estados Unidos. Paralelo a isso, ela tenta superar a morte prematura da mãe.
Essa sua paixão pela fama é reacendida por Tedros, interpretado por Abel Tesfaye (nome civil do cantor The Weenknd). Ele é um empresário de casa noturna com um passado sórdido. O despertar de Jocelyn fará com que atinja novas alturas gloriosas ou a levará às profundezas mais densas e sombrias de sua alma?
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
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