ABAIXO DAS EXPECTATIVAS

[Análise] Os Anéis de Poder atinge pior status possível: indiferente

Não foi isso que o Prime Video imaginou quando pagou US$ 250 mi para adaptar obra de Tolkien
DIVULGAÇÃO/PRIME VIDEO
Charles Edwards na 2ª temporada de Os Anéis de Poder
Charles Edwards na 2ª temporada de Os Anéis de Poder

Indiferente. É assim que Os Anéis de Poder cruza a linha de chegada da segunda temporada, encerrada nesta quinta-feira (3). Esse status é o pior possível para o Prime Video, que não imaginava tal cenário quando, em 2017, pagou uma fortuna para bater rivais como HBO e Netflix na disputa pela aquisição dos direitos de adaptação televisiva do universo O Senhor dos Anéis. O streaming de Jeff Bezos teve de abrir o cofre, gastando nada menos do que US$ 250 milhões somente nessa transação.

Isso sem considerar o quanto foi investido na primeira temporada (US$ 465 milhões), na segunda… O Prime Video fez tudo isso para Os Anéis de Poder tomar conta do mundo do entretenimento, ser comentada nos quatro cantos, sem cessar, imitando a trajetória da imbatível Game of Thrones, da HBO. De tabela, queria emplacar a série nas principais categorias no circuito hollywoodiano de premiações. Conseguiu nem uma coisa, nem outra.

A série tem uma boa audiência e não foi completamente ignorada. Porém, nada disso é suficiente devido ao gasto feito e pela expectativa depositada. A segunda leva só ajudou a moral do drama cair mais ainda, com críticos rotulando-a de “vazia” e “chata”, tendo apoio de parte dos espectadores.

Produções da concorrência tiveram mais destaque na mídia e nas redes sociais do que Os Anéis de Poder, do final de agosto para cá, período de lançamento de episódios inéditos da segunda temporada. Até a grande batalha do sétimo capítulo não provocou grande interesse, com menções escassas. O drama, de fato, não passou da indiferença.

Na Netflix, a minissérie O Casal Perfeito e a segunda temporada de Monstros (caso Irmãos Menendez) geraram muito mais engajamento do que o prelúdio de O Senhor dos Anéis; sem contar a comédia Emily em Paris. Pinguim também foi bem em seu início, na HBO, o mesmo vale para Agatha Desde Sempre (Disney+); todas essas com um orçamento bem menor do que a trama da Terra Média.

Nesse pouco mais de um mês de disponibilidade, a segunda temporada de Os Anéis de Poder acumula notícias negativas, seja acerca da audiência ou das decisões criativas sobre o rumo da história. 

A notícia mais recente, da Nielsen, o ibope americano, coloca a série com o que seria um bom desempenho, marcando 1,02 bilhão de minutos assistidos, nos Estados Unidos, de 2 a 8 de setembro. Acontece que esse número é pouco mais da metade do que O Casal Perfeito registrou na Netflix (1,91 bilhão de minutos) no mesmo período, e menos do que alcançou Prison Break, também na Netflix, série lançada há quase duas décadas (1,05 bilhão).

De forma direta, os primeiros episódios da segunda temporada tiveram metade da audiência da primeira leva, nos EUA. O Prime Video tenta esconder esse desempenho destacando que a série vai bem mesmo no mercado internacional (fora dos EUA), mas não divulga números concretos que evidenciem isso.

No aspecto estético, Os Anéis de Poder continua belíssima. Basta poucos minutos assistindo aos episódios para perceber que ali tem (muito) dinheiro investido. Por isso, a série deve repetir a jornada da primeira temporada, brilhando nas premiações técnicas (específicas ou no Emmy). Vai ser repetido o duelo contra A Casa do Dragão, entretanto sem chance nas categorias principais, como melhor drama.

Até a publicação deste texto, o Prime Video ainda não havia anunciado a renovação de Os Anéis de Poder para a terceira temporada. Tudo indica que uma encomenda será feita. A questão central é até quando o drama vai durar; na cabeça dos executivos da Amazon, a ideia é encerrá-lo na quinta temporada.

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