A missão de A Casa do Dragão não foi nada fácil, por ser o primeiro spin-off de Game of Thrones, a maior série de todos os tempos. Levando tudo em consideração, o grande mérito da nova atração acabou sendo ter uma vida própria, se descolando da trama mãe, sendo sucesso absoluto em várias áreas: comercialmente bem recebida, bateu recordes de audiência e recebeu elogios da crítica.
De certa forma, A Casa do Dragão chega no fim da temporada de estreia, no domingo (23), em uma posição similar à de Better Call Saul, drama derivado da aclamada Breaking Bad. Protagonizado por Bob Odenkirk na pele do advogado Saul Goodman, o spin-off superou a desconfiança e caminhou com as próprias pernas, acumulando boas avaliações durante seis temporadas.
Pensando por essa perspectiva, percebe-se como a jornada de A Casa do Dragão foi mais complexa. A grande vantagem de Better Call Saul foi ter como personagem principal alguém conhecido do público de Breaking Bad. Fora isso, devido à proximidade da linha do tempo entre as duas narrativas, muitos personagens da série mãe apareceram no derivado, facilitando a conexão.
Com A Casa do Dragão isso não ocorreu. A única ligação de fato era por um nome, o da família Targaryen. Todos os personagens eram estranhos aos fãs de Game of Thrones, não havia um crossover direto. Assim, a tarefa do time de criação foi bem árdua, por ter de desenvolver uma história praticamente nova para que a audiência se identificasse logo de cara.
A boa estrutura de A Casa do Dragão
Imediatamente, o spin-off de Game of Thrones foi um estouro. Tirando alguns tropeços inevitáveis e compreensíveis, a série como um todo cruza a linha de chegada da primeira temporada com a cabeça erguida. Bateu a concorrência, virou assunto dominante na cultura pop e apresentou uma produção digna de Emmy.
O drama fantasioso tem como base o livro Fogo & Sangue, do escritor George R.R. Martin. A narrativa se passa cerca de 200 anos antes dos eventos de Game of Thrones e prepara terreno para uma grande guerra civil em Westeros, chamada de Dança dos Dragões.
A preparação para esse embate foi cirúrgica. A Casa do Dragão tem no alicerce a dinâmica entre duas mulheres, Rhaenyra Targaryen (Milly Alcock/Emma D’Arcy) e Alicent Hightower (Emily Carey/Olivia Cooke), melhores amigas durante a adolescência que tornam-se rivais pressionadas por homens das respectivas famílias, especificamente por causa dos pais.
Na vida adulta, as duas sentem o peso da política. Rhaenyra ganhou o Trono de Ferro por herança, de acordo com promessa do pai, o rei Viserys I (Paddy Considine).
Acontece que, seguindo ingerência do pai, Otto (Rhys Ifans), conselheiro do rei, Alicent se casou com o Viserys e teve um primogênito, que seria o herdeiro legítimo do comando de Westeros.
Daí se tem o confronto. De um lado está Rhaenyra e do outro, Alicent, cada uma com seus interesses de olho no posto mais poderoso dos Sete Reinos. Há ao redor delas uma forte influência patriarcal que sobrepõe a razão, apesar de elas ainda terem empatia uma pela outra, mesmo que pequena. As duas personagens, para o bem ou para o mal, fisgaram os espectadores.
A Casa do Dragão somou recordes de audiência, tanto na TV convencional quanto no streaming. A série recebeu o selo de aprovação da mídia especializada. No quesito marketing, deu um show. E gerou incontáveis memes, dominando o importante público da internet. O saldo do primeiro filhote de Game of Thrones, após a primeira temporada, é mais do que positivo.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
Siga nas redes
Fale conosco
Compartilhe sugestões de pauta, faça críticas e elogios, aponte erros… Enfim, sinta-se à vontade e fale diretamente com a redação do Diário de Séries. Mande um e-mail para:
Este site usa cookies para que possamos fornecer a melhor experiência possível para o usuário. As informações dos cookies são armazenadas no seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar a nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Você pode ajustar todas as configurações de cookies navegando pelas guias no lado esquerdo.
Cookies estritamente necessários
Cookies estritamente necessários devem estar sempre ativados para que possamos salvar suas preferências para configurações de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará ativar ou desativar os cookies novamente.
Cookies de terceiros
Este site usa ferramentas de terceiros, como Google Analytics, Google Adsense, entre outros, para coletar informações anônimas, como o número de visitantes do site e as páginas mais populares.
Manter este cookie ativado nos ajuda a melhorar nosso site.
Ative primeiro os Cookies estritamente necessários para que possamos salvar suas preferências!