REVIVAL DE CSI

[Análise] CSI: Vegas surge para rebater pós-verdade e defender a ciência

Continuação da série policial lendária estreia na quinta (5), no canal AXN
DIVULGAÇÃO/CBS
Cena da série CSI: Vegas
Cena da série CSI: Vegas

Muita coisa mudou no mundo entre 2015 e 2021, período que marcou o fim de CSI: Investigação Criminal e o lançamento do revival da série, chamado de CSI: Vegas, que só na quinta-feira (5), depois de dois anos, estreia no Brasil: canal AXN, às 22h. Nesse espaço de seis anos, a ciência virou alvo de negacionistas, fatos passaram a ser questionados e brotou o fenômeno da pós-verdade. O retorno de CSI surgiu para corrigir esse desvio de pensamento e provar que com a ciência não existem versões alternativas além da verdade.

Em entrevista ao site Deadline, Jonathan Littman, produtor-executivo de CSI: Vegas, justificou o resgate do drama policial: “A CSI [original] foi uma série na qual a ciência dizia, sem sombra de dúvida, quem era culpado ou não. Vamos trazer de volta essa série e reafirmar que a ciência é a melhor opção para resolver um crime.”

A premissa de CSI: Vegas é toda baseada no conceito de um fato concreto perder valor na opinião pública, sendo substituído pela emoção ou qualquer crença. A verdade absoluta é questionada, cada uma tem a sua verdade e ignora os fatos; basta ver o debate acerca da Terra plana…

Jim Brass (Paul Guilfoyle) sofre um ataque, e a dupla Gil Grissom (Petersen) e Sara Sidle (Jorja) pausa a aposentadoria para investigar o caso. Para surpresa de ambos, eles descobrem uma conspiração que pode colocar em risco o laboratório criminal de Las Vegas e resultar na libertação de milhares de assassinos condenados.

Tudo porque as evidências coletadas durante anos pelo laboratório estão sendo questionadas, como se tivessem sido “fabricadas”. Assim, o trabalho forense está no olho do furacão. A validade das provas de anos atrás fica em xeque, dando uma possível brecha para muitos criminosos sentenciados terem a oportunidade de reabrir os respectivos casos e, possivelmente, saírem da prisão pela porta da frente.

Jorja Fox com William Petersen em CSI: Vegas
Jorja Fox com William Petersen em CSI: Vegas

Isso é uma adaptação do que vemos na sociedade atual. CSI: Vegas joga luz no ataque sofrido pela ciência, que passou a não ter mais aquela confiança indubitável, deixando de ser um instrumento da verdade. Vide o movimento antivacina durante o auge da pandemia de Covid-19.

Soma-se a isso, pegando pelo ponto de vista americano, a onda contra a polícia depois da morte brutal e covarde de George Floyd, em 2020. Nasceu um movimento para reformar o sistema e reduzir o investimento feito na polícia. Ao invés de servir para comprar armamentos e afins, o dinheiro do Estado poderia ser utilizado em outras áreas que, diretamente, podem reduzir o nível de criminalidade (como educação, moradia, etc.).

Sob essa sombra, CSI: Vegas vem para mostrar que a polícia tem como ser imparcial e trabalhar em um caso para resolvê-lo como tem de ser, com a ciência auxiliando tanto para encontrar culpados e descartar suspeitos.

O revival de CSI tem como propósito lembrar a todos de que a ciência é uma ferramenta poderosa em busca da verdade durante uma investigação policial. A atração resgatada, sem personagens anti-heróis, é um holofote para ressaltar a importância dessa narrativa. Não importa quais advogados estejam no caso, mesmo que um seja o do Diabo: a ciência tem como provar se alguém é culpado ou não.

A trama almeja restaurar a imagem pública de policiais e pessoas que trabalham com a ciência.


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