
Em menos de três semanas, o drama britânico Adolescência entrou na lista das séries mais vistas em toda a história da Netflix, superando a segunda temporada de Bridgerton e a terceira leva de Stranger Things. De 13 a 30 de março, Adolescência acumulou 96,7 milhões de visualizações em todo o mundo (são 370,7 milhões de horas assistidas).
Essa performance, antes mesmo de completar um mês na plataforma, colocou o drama na nona posição no ranking Top 10 Mais Popular (atrações de língua inglesa). Um alvo a ser alcançado em breve é o de +100 milhões de visualizações, o que colocaria Adolescência à frente de A Grande Ilusão (98,2 milhões de visualizações) e O Agente Noturno (primeira temporada, 98,2 milhões).
A lista Top 10 Mais Popular da Netflix considera o desempenho de atrações nos primeiros 91 dias de disponibilidade; três meses contando a partir da data de estreia. Wandinha é a líder, com 252,1 milhões de visualizações.
Naturalmente, a audiência de uma série diminui com o passar do tempo. Mas Adolescência tem mostrado um fôlego fora do comum por ser uma atração que virou assunto no planeta inteiro, trazendo à tona um debate necessário sobre questões de bullying, machismo e misoginia durante a adolescência.
Faltam 72 dias para a minissérie britânica terminar de coletar dados para o ranking Top 10 Mais Popular. É plausível projetar que ela não apenas vai bater a marca das cem milhões de visualizações, mas quem sabe atingir +140 milhões. No caso, poderia ultrapassar a quarta temporada de Stranger Things (140,7 milhões de views), a vice-líder, ficando assim só atrás de Wandinha.
Legitimamente classificada como uma das melhores séries de 2025 (até agora), Adolescência chama a atenção por dois fatores principais: a direção ousada e a narrativa cortante.
A premissa é simples. No centro de tudo está Jamie Miller (Owen Cooper), garoto de 13 anos preso pelo assassinato de uma adolescente de sua escola. São explorados temas como família, bullying, incel, violência na infância, entre outros. Não é uma história baseada em fatos, mas tem inspiração na epidemia de crimes e ataques reais cometidos por jovens ingleses usando facas.
Com a assinatura do diretor Philip Barantini, cineasta especialista em produções no estilo plano-sequência, a minissérie gravou todos os episódios “ao vivo”, sem cortes. Para tanto, foram meses de ensaios e vários testes feitos até chegar ao resultado ideal, como visto na tela. Não há nenhum truque de edição para enganar o telespectador, foi tudo realizado sem cortes mesmo. •

João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br