A aguardada minissérie A Queda da Casa de Usher foi marcada por um bastidor turbulento, com ator demitido e regravação de cenas fundamentais. O drama de terror de Mike Flanagan estreou, na última quinta-feira (12), na Netflix, em sua plenitude. Mas a produção teve de lidar com um problemão no set envolvendo logo o protagonista.
O papel líder da trama, do empresário vilanesco Roderick Usher, ficou com Bruce Greenwood, na versão adulta. Originalmente, esse personagem foi dado para Frank Langella, de 85 anos. Tudo corria bem até Langella ser acusado de má conduta no set e de assédio por fazer piadas impróprias de teor sexual e acariciar a perna de uma atriz.
Em abril de 2022, quando A Queda da Casa de Usher estava bem na metade do cronograma de gravações, a Netflix decidiu demitir Langella após investigar as acusações. A minissérie continuou por um bom tempo gravando as cenas sem o personagem Roderick, isso até encontrar o substituto. Com Bruce Greenwood contratado, todas as cenas do magnata tiveram de ser refeitas.
O site Deadline descobriu o tal “comportamento inapropriado” de Frank Langella. Como parte da investigação da Netflix, foram ouvidas pessoas que trabalharam na minissérie, sob condição de anonimato.
As palavras que mais apareceram nos depoimentos foram “tóxico” e “grosseiro”. Uma pessoa comentou: “Havia uma nuvem tóxica que o seguia por onde quer que fosse. Muitos ficavam incomodados ao estarem na presença dele.”
Langella fez piadas, em alto e bom som, sobre duas atrizes fazerem sexo exibicionista para todos verem. As “brincadeiras” dele sempre eram de cunho sexual, aproveitando algumas situações para perguntar aos integrantes da equipe de gravação sobre as experiências sexuais deles. “Ele dava detalhes sórdidos e nojentos sobre a própria vida sexual”, contou uma fonte.
Em carta aberta, o ator escreveu que foi vítima da “cultura do cancelamento”, afirmando que foi demitido sem ter o direito de defesa. Contrariado, ele desabafou: “Você não pode contar piadas, não pode reclamar, não pode tocar… é uma nova ordem”. Ainda por cima, afirmou que as pessoas estão “muito rígidas e politizadas”. E disse que é “um absurdo” as regras impostas pelos coordenadores de intimidade, alegando que isso “acaba com a espontaneidade e o instinto”.
Frank Langella tem vasta experiência na atuação, incluindo ter vivido o Conde Drácula no filme Drácula, de 1979. Foi indicado ao Oscar por Frost/Nixon (2008). Na TV, uma das principais participações dele foi na série The Americans (2013-2018). O trabalho mais recente foi no filme Angry Neighbors (2022).
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