ANÁLISE

The Americans completa 10 anos supervalorizada e subestimada; entenda

Drama de espionagem flerta entre desconhecimento e ser uma das melhores séries do século
DIVULGAÇÃO/FX
Matthew Rhys com Keri Russell em cena de The Americans
Matthew Rhys com Keri Russell em cena de The Americans

Pensar em The Americans no aniversário de dez anos, comemorado nesta segunda-feira (30), invoca uma mistura de sentimentos. Por um lado, percebe-se que há certo exagero na supervalorização da série, alçada por críticos como se fosse quase uma obra de arte. Na outra ponta, existe algum desprezo e desconhecimento do público, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, que sequer assistiram ao drama de espionagem ou não notaram o quanto ele é bom.

Antes de tudo, vale este registro inquestionável: The Americans é sim uma das melhores séries já feitas neste século. Top 10? Um pouco de exagero. Entre as 20 mais seria um posicionamento mais adequado.

Protagonizada por Keri Russell e Matthew Rhys, a atração conta a história de Elizabeth (Keri Russell) e Philip Jennings (Rhys), espiões russos que, em plena Guerra Fria, vivem nos Estados Unidos como se fossem um casal americano padrão, com filhos e tudo mais. A narrativa se passa entre 1981 e 1987. É uma investigação por outro prisma sobre as tensões entre EUA e União Soviética, entre o FBI e a KGB.

Durante os anos de exibição de The Americans, de 2013 a 2018 (seis temporadas, 75 episódios), a mídia americana adotou a série como queridinha. Se for levada em consideração apenas as avaliações dos especialistas, chega-se à conclusão de que a trama é uma das melhores séries de todos os tempos. Exagero que se perde no meio dos elogios equilibrados.

Inúmeras publicações rotularam o drama de espionagem como excelência na TV. Naquelas listas tradicionais de final de ano, era presença certa. Isso se refletiu em algumas premiações.

Keri Russell em cena de The Americans
Keri Russell em cena de The Americans

No TCA Awards, prêmio da associação de críticos americanos, The Americans ganhou três vezes como melhor drama. No Critics Choice, foram dois troféus. O Instituto de Cinema Americano elegeu cinco vezes o drama como uma das dez melhores séries da TV. E ganhou o Globo de Ouro de melhor drama pela última temporada, em 2019.

O relativo sucesso no circuito de premiações e a exaltação na imprensa não correspondia aos números de audiência. Nos EUA mesmo, atração do canal FX, The Americans nunca registrou números de encher os olhos, sem entregar performances de tirar o chapéu. Tinha público, mas nada extraordinário.

No Brasil, o problema foi grande porque a atração caiu no vácuo dos canais premium da Fox justamente durante o auge. Ali na segunda metade da década passada, o grupo Fox se atrapalhou todo com a criação de canais top de linha para exibir séries importantes, prometendo até lançá-las simultaneamente com os EUA. 

Contudo, esses canais acumularam problemas: operações péssimas, erros técnicos atrás de erros, preço caro, disponíveis para poucos… Isso dificultou o acesso a The Americans.

Atualmente, o panorama é melhor. O drama de espionagem está disponível no Star+ e, sem dúvida, merece ser visto. De imediato, quem acompanha pela primeira vez percebe que testemunha uma narrativa de primeira grandeza. 

No final da jornada, a conclusão é que foi sim uma boa série, de fato, talvez não tanto como os críticos propagaram. Ao mesmo tempo, fica a sensação de que muito mais pessoas deveriam falar de The Americans por aí, pois se destaca de forma latente.


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