A história esquecida da série baseada em Dirty Dancing, com atriz de The Office

Há 35 anos, a rede americana CBS pegou carona no filme Dirty Dancing – Ritmo Quente, arrasa-quarteirão cultuado até hoje, e lançou uma série homônima, protagonizada pela atriz Melora Hardin (ex-The Office). Rotulada de comédia dramática, a atração televisiva nem chegou perto do sucesso alcançado pelo longa nos cinemas: foi cancelada na primeira temporada, durando apenas 11 episódios, exibidos entre outubro de 1988 a janeiro de 1989.

A série Dirty Dancing fracassou logo no ponto de partida por adotar a linha menos criativa e ousada das adaptações: fazer a mesma coisa que o material original. Embora tenha contado basicamente a mesma história do filme, nenhum integrante do elenco da trama matriz, como Patrick Swayze e Jennifer Grey, deram às caras na TV.

Melora Hardin era novinha de tudo. A atriz tinha 21 anos quando Dirty Dancing estreou, seu primeiro papel como protagonista de uma série (já tinha um currículo impressionante, contudo, pois foi uma estrela mirim da televisão). Hoje mais conhecida pelo papel de Jan Levinson na comédia The Office, Melora tem outros tantos trabalhos de destaque, como em Monk, Transparent (indicada ao Emmy) e The Bold Type.

O papel de Jennifer Grey no filme, da jovem Baby, ficou com Melora. Já Johnny, o personagem de Patrick Swayze, ganhou vida na pele de Patrick Cassidy.

A série Dirty Dancing fez apenas algumas variações em relação ao longa. A comédia dramática tinha como pano de fundo o resort Kellerman’s, durante o verão de 1963. Mas ao invés de ser filha de um hóspede, Baby tornou-se filha de Max Kellerman (no filme, o sobrenome de Baby era Houseman)

Ela foi alçada ao cargo de diretora de talentos do Kellerman’s, chefiando Johnny. Assim como no filme, Baby e Johnny tiveram uma relação conflituosa, mas acabaram se respeitando. Por ser uma história contada em episódios, Baby e Johnny não se apaixonaram imediatamente; isso aconteceu conforme o andamento do enredo.

A abertura da série -veja abaixo- também tinha uma forte ligação com o filme. Afinal, a música da vinheta foi nada menos do que (I’ve Had) The Time Of My Life, icônica canção que é uma das marcas de Dirty Dancing.

A CBS aprovou a série, mas não botava muita fé nela. Colocou para ser exibida na noite de sábado, faixa horária da morte televisiva. Na semana de lançamento, foi o 55º programa mais visto (de 74) de toda a TV americana. Para os parâmetros de hoje, uma audiência de 14,5 milhões de telespectadores é espetacular. Na época, contudo, não fazia nem cócegas. O cancelamento foi inevitável.

Melora Hardin e Dirty Dancing

A ligação entre Melora Hardin e Dirty Dancing é bem interessante. Como dito anteriormente, foi seu primeiro papel na posição de protagonista. E ela precisou atuar mesmo por causa de um detalhe: ela sabia dançar, mas precisou fingir que não.

Em algumas cenas, Melora teve de mostrar que não tinha ritmo, o que foi bem difícil. Ela cresceu dançando, incluindo ser integrante de uma prestigiada companhia de balé de Nova York, quando tinha apenas 13 anos. 

Todos os movimentos de Baby e elenco foram dirigidos por Kenny Ortega, famoso coreógrafo hollywoodiano que trabalhou no filme. Com o passar do tempo, Melora e Ortega se entrosaram e criaram danças memoráveis.

Dirty Dancing, a série, se perdeu, atualmente longe de qualquer streaming. Legalmente, pode ser vista em DVD’s, mas precisa ser alvo de caça em sebos e afins. No YouTube, é possível ver a versão pirata da atração (todos os episódios estão lá, em inglês apenas e em baixa qualidade).

Dirty Dancing, o filme, está disponível nas plataformas Prime Video e Telecine (via Globoplay).

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João da Paz

João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br