O ano de 2023 é especial para a Netflix. Há dez anos, a empresa entrou de vez no mundo do entretenimento lançando a primeira série original, House of Cards, expandindo o negócio que começou com aluguel de DVDs (disco entregue na casa do cliente), passou para o streaming, investiu na aquisição de conteúdo até chegar na produção de atrações próprias.
Na década que se completa, a Netflix alcançou o topo e é, disparado, o streaming líder do mercado. Mesmo tendo como objetivo principal a quantidade ao invés da qualidade, de olho em encher o catálogo com todo tipo de opção para tentar agradar clientes do mundo inteiro, a plataforma entregou muitas séries de qualidade nesse período.
O Diário de Séries apresenta as dez melhores séries dos dez anos de Netflix. Primor técnico e capricho criativo das atrações fizeram parte do critério de seleção. Não se trata das maiores séries da empresa, aquelas com grande impacto e alcance popular que não são, necessariamente, excelentes. Nessa lista estariam nomes como Round 6, La Casa de Papel e Sense8, por exemplo.
Foram levadas em consideração as séries feitas pela ou para a Netflix. Confira:
As melhores séries da Netflix
Black Mirror 2011-em andamento Cinco temporadas; 22 episódios
O caso de Black Mirror não é isolado na história da Netflix, quando a empresa compra uma série que foi concebida por outra plataforma ou canal; Black Mirror nasceu no canal britânico Channel 4. Porém, foi na gigante do streaming que ela se tornou um sucesso mundial com episódios de histórias únicas memoráveis.
A série tem como espinha dorsal a narração de tramas sobre a interação entre o ser humano e a tecnologia. Aí vale explorar o mundo dos aplicativos, videogames, realidade virtual… Sempre usando o recurso do absurdo que, por muitas vezes, não se destoa tanto da vida real.
A série ganhou espaço até no linguajar popular. A pessoa diz “isso é muito Black Mirror” ao se deparar com alguma inovação tecnológica bizarra vista durante o cotidiano.
A parceria da Marvel com a Netflix foi curta, mas muito rica. A editora de heróis famosos, que naquele período enchia as salas do cinema com filmes de todo tipo, adotou uma linha de trabalho ousada na TV, apostando em personagens desconhecidos do povão, apresentados em narrativas violentas voltadas para o público adulto.
De todo o sexteto desse pacote que a Marvel entregou para a Netflix, Demolidor foi o maior destaque. A primeira temporada, de tão boa e impactante, fez parte da discussão dos possíveis indicados ao Emmy de melhor drama. Esse debate foi justo, é bom dizer, pois Demolidor realmente causou bastante com uma trama muito bem acabada e produzida.
House of Cards 2013-2018 Seis temporadas; 73 episódios
A Netflix entrou no mapa das grandes produções hollywoodianas com House of Cards. Tocada por uma equipe tarimbada, da criação/produção até o elenco, o drama apresentou uma ficção bem próxima da realidade sobre os podres da política americana, o vale-tudo rumo ao poder absoluto em Washington.
Inevitavelmente, a série tem a mancha de ser o último trabalho de Kevin Spacey, queimado no mundo do entretenimento após ser acusado de abusar sexualmente de um adolescente, caso que revelou outras denúncias semelhantes contra o ator. Apesar disso, House of Cards tem um lugar na história como uma série tecnicamente do mais alto nível, com Robin Wright plena limpando a barra.
Maid 2021 Minissérie; dez episódios
A minissérie Maid tem lugar reservado na história das séries. Ela se destacou por destrinchar uma narrativa rara de ser vista em Hollywood: a rotina de uma pessoa pobre nos Estados Unidos.
Inspirada em fatos, a trama acompanha os passos da faxineira Alex (Margaret Qualley), que com uma filha pequena passa apuros dentro de casa, sofrendo violência doméstica. Ela foge do lar e vira diarista na tentativa de se sustentar. Nessa investida, a jovem descobre o dissabor de ser marginal e pobre na América.
Olhos Que Condenam 2019 Minissérie; quatro episódios
É comum grandes séries serem ofuscadas por outras grandes séries. Olhos Que Condenam se encaixa nisso, pelo lado desfavorável da balança. A minissérie cortante, baseada em fatos reais, merecia muito mais reconhecimento e prêmios do que conquistou. Contudo, a principal concorrente dela chamava-se Chernobyl (HBO), então…
Olhos Que Condenam trouxe um dos casos mais problemáticos da Justiça americana, refletindo o preconceito racial presente na sociedade. Cinco jovens pretos foram condenados por estuprar uma mulher, branca, no Central Park, em Nova York, em 1989. Eles foram coagidos a confessar um crime que não cometeram. Mesmo inocentes, ficaram anos encarcerados.
Somente em 2014 que os cinco foram definitivamente exonerados do crime e receberam indenização milionária.
Orange Is the New Black 2013-2019 Sete temporadas; 91 episódios
Com apenas um olhar em Orange Is the New Black é possível compreender porque é tão difícil rotular a série. Em certos momentos, a história é dramática (e dramas daqueles, bem pesados). Já em outras ocasiões, o humor e deboche rolam soltos. Seja como for, a “dramédia” é uma baita produção da Netflix, sendo sucesso de crítica e público.
A convivência em uma penitenciária feminina de segurança mínima é apresentada pelo ponto de vista de uma patricinha, interpretada por Taylor Schilling. Os espectadores conhecem os mais variados tipos de detentas, com direito a cenas do passado (flashback) que mergulham na jornada de cada personagem. Orange Is the New Black é baseada em uma história real.
Sex Education 2019-em andamento Três temporadas; 24 episódios
Tema cringe, mas que rende, o sexo está por toda parte em Sex Education. Uma das séries mais engajadas da atualidade, ela deixa a vergonha de lado e fala de sexo de ponta a ponta, sob a perspectiva de jovens alunos do ensino médio de uma escola britânica.
É interessante a escolha dessa faixa etária, pois é quando existe mais curiosidade sobre o assunto; fora que é nesse período da vida que há uma busca incessante pela prática do ato. A trama educa e faz rir ao mesmo tempo, sendo uma ótima opção de entretenimento.
Stranger Things 2016-em andamento Quatro temporadas; 34 episódios
Entre as séries de língua inglesa, Stranger Things é o principal cartão postal da Netflix. Lançada despretensiosamente, a trama teen chamou a atenção logo na primeira temporada por narrar uma história divertida e aterrorizante sobre um grupo de amigos adolescentes envolvidos em um mistério sobrenatural.
O hit inesperado logo foi aproveitado pela gigante do streaming, que sem pudor explora a série a todo instante e de todas as formas possíveis, de games a camisetas. É o principal produto, no quesito marketing e popularidade, já feito pela Netflix.
The Crown 2016-em andamento Cinco temporadas; 50 episódios
The Crown está no topo por causa do prestígio acadêmico, por ser uma série refinada, amada pela crítica e sensação no circuito de premiações. Criada para dissecar a vida da rainha Elizabeth 2ª ao longo das décadas, de 1940 até o começo do século 21, a atração foi a primeira da Netflix a ganhar o Emmy de melhor drama, há dois anos.
Caríssima, em grande parte por causa do figurino deslumbrante, The Crown cumpriu a expectativa. Ela chegou para ser esse produto premium e é, de fato, isso desde a primeira temporada.
Unbreakable Kimmy Schmidt 2015-2019 Quatro temporadas; 51 episódios (+ um capítulo interativo)
A música de abertura de Unbreakable Kimmy Schmidt não vai desgrudar de sua mente, acredite (quem já viu deve estar cantarolando agora…).
A graciosa Ellie Kemper foi a atriz perfeita para encarnar a ingênua Kimmy Schmidt, fiel de uma seita apocalíptica que foi resgatada após passar 15 anos vivendo em um bunker no subsolo. De volta à vida urbana, em plena Nova York da década de 2010, ela experimenta a modernidade e paga o preço por ser jovial e otimista.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
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