O lançamento da minissérie O Véu (Star+) renova dúvidas que muitos têm ao assistir a uma série sobre espionagem com personagens britânicos: o que é MI5 e MI6? No caso, a personagem central dessa questão é Imogen Salter, interpretada por Elisabeth Moss, uma agente secreta veterana do MI6 cuja especialidade é trabalhar em missões à paisana.
Na trama de O Véu, Imogen tem de capturar uma mulher, natural da Síria, suspeita de estar envolvida em uma conspiração terrorista do Isis (grupo terrorista Estado Islâmico). Para tanto, a agente cruza vários países, como Turquia, Paris e Inglaterra. Isso enquanto, nos bastidores, tudo que é agência de inteligência está de olho na operação.
O Véu apresenta uma espionagem diferente de Slow Horses, por exemplo. O drama da Apple tem como foco personagens que fazem parte do MI5. Com finalidades distintas, ambas as organizações fazem parte do Serviço Secreto do Reino Unido.
O MI em questão significa Military Intelligence (Inteligência Militar, em português). A origem das agências da MI é centenária, chegando a ter 19 divisões. Pós-Segunda Guerra Mundial (1939-1945), houve uma junção de todas em duas apenas, conforme o dever de cada.
Assim, o MI5 é “responsável por proteger o Reino Unido, seus cidadãos e interesses, em casa e no exterior, contra ameaças à segurança nacional”, segundo a descrição oficial. Já o MI6, também chamado de SIS (Serviço de Inteligência Secreto), é “responsável pela coleta de informações fora do Reino Unido para apoiar as políticas de segurança, defesa, política externa e econômica do governo.”
Entende-se que, em tese, o MI5 cuida da parte doméstica do Serviço Secreto britânico, enquanto o MI6 foca no exterior. Outra diferença clara, que ajuda a compreender bem o que cada órgão faz, é o fato do MI5 trabalhar para pegar os espiões de nações estrangeiras dentro do Reino Unido. Por sua vez, os agentes do MI6 são os espiões britânicos.
No organograma governamental, o MI5 responde ao ministro do Interior da monarquia. E o MI6 é ligado ao ministério das relações exteriores.
A espionagem nas séries
Uma série que pode ser usada para ilustrar essa explicação é Traição (Netflix). Nela, o personagem de Charlie Cox, Adam Lawrence, explica um pouco sobre o que é o MI6 para um grupo de crianças: “Todos os dias, pessoas do MI6 trabalham secretamente no mundo inteiro para deixar o Reino Unido mais seguro e poderoso, para que nos antecipemos aos adversários.”
Traição aborda uma complicada relação entre Adam, que assume o posto de chefe do MI6, e uma espiã russa; há um passado estranho e suspeito entre os dois por causa de trabalhos anteriores de Adam como espião.
Em Slow Horses, drama imperdível do Apple TV+, os personagens principais são todos agentes rejeitados do MI5, escanteados porque cometeram erros que os levaram ao “purgatório”. Não foram demitidos do Serviço, mas precisam comer o pão que o diabo amassou, realizando tarefas inglórias. Mesmo assim, eles acabam se deparando com missões que podem livrar a nação de grande perigo.
Já a popular e premiada Killing Eve (Netflix) mistura as duas agências. Eve Polastri (Sandra Oh) tinha um cargo nada empolgante no MI5, mas a situação se complicou ao ser demitida. Por ter uma obsessão por serial killers mulheres, ela foi chamada para trabalhar em uma divisão secreta do MI6 cujo objetivo era capturar uma impiedosa assassina internacional chamada de Villanelle (Jodie Comer).
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
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