TEMPEST

Polaris: série do Disney+ reacende guerra cultural entre China e Coreia do Sul

Drama de espionagem inflama tensão entre os dois países
DIVULGAÇÃO/DISNEY+
Jun Ji-hyun em cena de Polaris
Jun Ji-hyun em cena de Polaris

Disponível na íntegra no Disney+ desde a última quarta-feira (1º), a série Polaris: Conspiração Política (Tempest) reacendeu a guerra cultural entre China e Coreia do Sul que estava a um triz de ser apaziguada. Bastaram algumas falas do k-drama de espionagem para provocar ira e incitar chineses a boicotarem qualquer coisa do país vizinho, incluindo programas televisivos e filmes.

É importante, antes de tudo, entender a origem dessa rixa. Em 2016, a China começou a restringir a distribuição de músicas, filmes, dramas, jogos e todas as outras formas de cultura pop coreana.

Essa medida veio como retaliação à implantação do sistema de defesa antimísseis Thaad dos Estados Unidos na Coreia do Sul. Embora o governo de Pequim nunca tenha reconhecido oficialmente a proibição, pouquíssimos filmes ou séries coreanas foram lançadas nos cinemas chineses ou em plataformas de streaming desde então. Além disso, artistas de k-pop enfrentam dificuldades para serem autorizados a se apresentar no país.

No começo do ano, tudo caminhava para o fim dessa restrição não oficial. Contudo, a série Polaris jogou uma pá de cal nessa possibilidade de reconciliação.

Uma frase dita pela personagem da renomada atriz sul-coreana Jun Ji-hyun foi o estopim da nova crise. Em determinado momento da trama de Polaris, a diplomata vivida pela artista, que está em busca de respostas sobre um assassinato, questiona: “Por que a China prefere a guerra? Uma bomba nuclear poderia cair perto da fronteira.”

Apesar de se tratar de uma obra de ficção, a fala gerou repercussão real, com comentários negativos contra o k-drama, acusado de retratar a China de forma hostil.

Além da frase polêmica, internautas chineses apontaram outras cenas de Polaris como ofensivas. Representações da cidade de Dalian com prédios degradados, gravações feitas em Hong Kong, e um quadro com pessoas sobre um tapete vermelho com estrelas amarelas, em referência à bandeira chinesa, foram criticadas. Até a recitação de um poema clássico chinês por Jun recebeu comentários negativos sobre sua pronúncia.

A pressão se estendeu às marcas associadas à atriz. Empresas como La Mer, Louis Vuitton e Piaget teriam removido Jun de suas contas nas redes sociais chinesas, enquanto usuários exigem o encerramento global de contratos, sob ameaça de boicote.

No entanto, a agência de talento que representa a atriz afirmou à imprensa local que essas campanhas publicitárias não tinham relação com Polaris e haviam sido finalizadas antes da estreia da série.

Esse caso evidencia que a recepção do público chinês a produções estrangeiras, principalmente sul-coreanas, ainda é delicada. E a política da boa vizinhança ficou arranhada bem quando uma aproximação amigável estava ganhando vida.

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