
Com o sétimo episódio lançado pelo Prime Video nesta quarta-feira (24), chegou ao fim a primeira temporada de A Lista Terminal: Lobo Negro. Encerrando todas as tramas apresentadas desde o começo, a série deixou um gancho bem no finalzinho que serve como potencial conexão para uma segunda temporada (leva ainda não confirmada).
[Atenção: spoilers a seguir]
O desfecho explorou com profundidade a alma atormentada de Ben Edwards, militar interpretado por Taylor Kitsch. Foram reveladas camadas de suas motivações e dilemas internos. E, para abrilhantar o fechamento, Chris Pratt voltou a aparecer no spin-off de A Lista Terminal na pele do tenente James Reece, recolocando a atração em sintonia com o que tem de melhor: ação intensa e personagens carregados de ambiguidade moral.
A conclusão de Lobo Negro entregou tudo o que os espectadores poderiam esperar. Confrontos explosivos, um vilão à altura e reviravoltas que fecharam arcos narrativos importantes preencheram a hora final. A armadilha arquitetada por Ben para desmascarar Haverford (Robert Wisdom) quase lhe custou a vida, até que Reece e parte do pelotão Alpha surgem em cena, garantindo uma das sequências mais memoráveis da temporada.
Esse embate, embalado pela canção Brain Damage (Lesão Cerebral, em tradução literal para o português), clássico do Pink Floyd, fica com um dos pontos altos da série, combinando impacto visual e uma escolha musical precisa.
Enquanto alguns personagens tiveram desfechos apressados, como Raife (Tom Hopper), que desapareceu sem grande resolução, outros ganharam brilho inesperado, caso de Mo (Dar Salim), que vingou a morte de Eliza (Rona-Lee Shimon) de forma devastadora.
Já Haverford se mostrou um antagonista complexo, com motivações distorcidas que, por instantes, quase convenceram Ben.
O confronto decisivo, no entanto, expôs de vez o abismo entre os dois. O vilão buscava provocar um conflito nuclear sob a justificativa distorcida de salvar vidas a longo prazo, mas Ben resistiu à manipulação. Ainda assim, o episódio deixou pistas de que encontros desse tipo podem ter moldado as escolhas que o levariam, no futuro, a trair Reece na série A Lista Terminal.
Lidando com um dilema, o desejo de pertencimento contrastando com a incapacidade de manter-se fiel ao grupo, Ben cruzou a linha de chegada da narrativa dividido entre ideais de irmandade e a sombra de suas próprias contradições.
O término ainda abriu espaço para uma segunda temporada promissora. Ben foi convidado a integrar a Ground Branch da CIA, unidade de elite de operações secretas formada por ex-integrantes das Forças Armadas dos EUA, o que deve expandir ainda mais o universo da produção caso ganhe encomenda de mais episódios.
Ele foi submetido a um detector de mentiras, ocasião em que ficou claro que acredita piamente que todos os crimes cometidos foram em prol de algo justo, a mesma justificativa usada por seu maior inimigo. •

João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br