
Atual série líder de audiência na Netflix Brasil, o drama de ficção científica O Eternauta conseguiu entregar o improvável: cobriu Buenos Aires de neve.
Nos bastidores, foi uma junção de trabalho criativo com a mais atual tecnologia cinematográfica para reproduzir um evento climático raríssimo na capital da Argentina.
Registros apontam que nevou em Buenos Aires somente três vezes em toda a história.
O Eternauta é a primeira adaptação para as telas da icônica graphic novel argentina de mesmo nome, publicada originalmente em 1957.
A trama começa quando, em uma noite de verão em Buenos Aires, uma misteriosa tempestade de neve mata a maioria da população e deixa milhares isolados.
A neve é o ponto crucial da narrativa. Quem é tocado pelos flocos de neve simplesmente morre na hora.
Foram testados vários materiais até chegar à estética de neve mais real.
A fórmula final misturou sal, espuma, celulose e um tipo de gel. Esse produto, ensacado, foi usado para cobrir ruas, em cenas externas, ou espalhado pelo ar graças a um equipamento similar a um soprador de folhas.
Lugares reais da cidade de Buenos Aires foram mapeados por drones e câmeras de ponta.
As imagens, então, foram aplicadas em programa especial e projetadas em um estúdio de LED de altíssima definição, substituindo em algumas ocasiões o tão tradicional fundo verde ou azul.
Nesse caso, a neve foi inserida digitalmente pelas ruas da capital. •

João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br