Os vencedores do Emmy de 2024 vão ser definidos hoje. Embora a cerimônia de entrega das estatuetas esteja marcada para 15 de setembro, é nesta segunda-feira (26) que encerra a votação do Oscar da TV deste ano.
Os mais de 20 mil integrantes da Academia de Televisão americana, a organizadora do Emmy, tiveram 12 dias, de 15 a 26 de agosto, para escolher os ganhadores da 76ª edição da premiação. Após aferição de auditoria, os envelopes com os vencedores serão lacrados e abertos só no terceiro domingo do próximo mês.
Se por um lado há favoritismo absoluto em duas das três principais estatuetas da cerimônia, melhor comédia (O Urso) e melhor drama (Xógum: A Gloriosa Saga do Japão), a outra, de melhor minissérie, segue indefinida. O Diário de Séries destaca essa e outras quatro categorias com disputas acirradas. Confira:
Melhor minissérie
na briga:
Bebê Rena (Netflix)
Ripley (Netflix)
Os votantes do Emmy atravessaram uma encruzilhada sensível: será que levaram em conta a qualidade ou a popularidade de uma minissérie na hora de escolher a vencedora?
Porque é inquestionável: a melhor minissérie, no quesito qualidade, é Ripley. Porém, Bebê Rena tem uma força poderosa capaz de fazer com que a popularidade leve a melhor nesse duelo. Como o Emmy já passou por esses dois caminhos em edições passadas, fica difícil prever o que irá acontecer.
É preciso considerar um ponto nesse cenário. O Emmy surgiu para celebrar as melhores produções da TV, não as mais comentadas pelo público. A vitória de Ripley seria o Emmy dando um recado que ainda valoriza um trabalho de belas-artes em meio a tanta aclamação de projetos populares.
Ator de minissérie
na briga:
Jon Hamm (Fargo)
Andrew Scott (Ripley)
Richard Gadd (Bebê Rena)
Criador e protagonista do grande fenômeno do ano no mundo das séries, Richard Gadd tem uma poderosa onda a seu favor por causa do sucesso de Bebê Rena. O comediante se vê metro a metro em uma corrida justa com nomes de peso da atuação: Jon Hamm e Andrew Scott.
Eterno padre gato de Fleabag, Scott recebeu sua segunda indicação (a outra foi por um episódio de Black Mirror, em 2020). Ele é um dos destaques do elenco de Ripley, com performance digna de levar essa estatueta para casa.
Já Hamm é um velho conhecido da Academia de Televisão. Como ator, são 14 indicações (mas só uma vitória, por Mad Men, em 2015). Neste ano, concorre também pelo drama The Morning Show. Sua maior chance de vitória, contudo, é com o desempenho mostrado na quinta temporada de Fargo, na qual viveu um xerife.
Atriz coadjuvante de comédia
na briga:
Hannah Einbinder (Hacks)
Meryl Streep (Only Murders in the Building)
Quando uma série vira queridinha da mídia, não tem jeito: ela ganha bastante espaço nos mais variados meios e acaba se destacando em premiações, mesmo que a qualidade seja mediana. É o caso da comédia Hacks, da Max, presente na lista das séries mais supervalorizadas do momento.
É nesse embalo que Hannah Einbinder chega para derrotar ninguém menos do que a lenda Meryl Streep, um deleite em Only Murders in the Building. Dentro de um cenário de condições normais de temperatura e pressão, Meryl levaria para casa essa estatueta na maior tranquilidade. Porém, não será surpresa se Hannah sair vencedora.
Ator coadjuvante de drama
na briga:
Billy Crudup (The Morning Show)
Tadanobu Asano (Xógum: A Gloriosa Saga do Japão)
O simpático Tadanobu Asano caiu nas graças da torcida com seu divertido e conspirador samurai Kashigi Yabushige em Xógum. Nos Estados Unidos, principalmente, o ator virou sensação, o que fez sua cotação aumentar na briga pela estatueta de melhor ator coadjuvante de drama.
Porém, Billy Crudup é um nome forte nesse duelo. Ele esteve no centro da movimentada terceira temporada de The Morning Show, defendendo com destreza o ótimo personagem Cory Ellison, o presidente da rede UBA de televisão. Esse embate promete fortes emoções.
Ator coadjuvante de minissérie
na briga:
Jonathan Bailey (Companheiros de Viagem)
Robert Downey Jr. (O Simpatizante)
O Emmy adora premiar atores que fogem de fórmulas prontas e arcaicas. Em tese, Robert Downey Jr. seria favoritaço para arrebatar esse prêmio por interpretar quatro personagens diferentes em O Simpatizante (essa é a única indicação da minissérie da HBO). A transformação total dele, de figurino a voz, passando por maquiagem e trejeitos, realmente é merecedora do Oscar da TV.
Acontece que, por fora, corre um adversário perigoso. Jonathan Bailey foi cirúrgico em sua atuação comovente e brilhante no drama Companheiros de Viagem, vivendo um jovem gay portador do vírus HIV. E Bailey chega ao Emmy invicto e laureado: venceu os dois prêmios que disputou antes do Oscar da TV, como o Critics Choice. •
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br