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Opinião: em The Morning Show, Jon Hamm entrega melhor atuação desde Mad Men

Ator vencedor de Emmy encarna personagem tipo Elon Musk no aclamado drama
DIVULGAÇÃO/APPLE TV+
Jon Hamm na 3ª temporada de The Morning Show
Jon Hamm na 3ª temporada de The Morning Show

Desde o fim de Mad Men, em 2015, série pela qual ganhou Emmy de melhor ator, Jon Hamm virou um andarilho em Hollywood, topando todo tipo de trabalho para se descolar um pouco do icônico publicitário Don Draper. Após passagens por produções como Unbreakable Kimmy Schmidt e Good Omens, ele se encontrou de fato na terceira temporada de The Morning Show, interpretando um personagem tipo Elon Musk.

Hamm vive Paul Marks, bilionário que vem do ramo da tecnologia e deseja expandir seus negócios entrando no meio da comunicação. O ricaço quer comprar uma companhia de mídia e a UBA (United Broadcast Association), peça central da série da Apple TV+, está na mira. 

Valeu a pena todo o esforço da equipe de The Morning Show para contratar o ator premiado. Kristin Hahn, uma das produtoras-executivas, confessou que a lista de atores considerados para interpretar Paul tinha só um nome, na verdade. Era Jon Hamm. 

Faz sentido essa escalação e a condição irredutível de tê-lo na série na atual terceira temporada (com episódios inéditos lançados toda quarta-feira). Paul Marks é aquele vilão não caricato que esconde segredos por trás da máscara. E o charme de Jon Hamm é o encaixe perfeito, com o jeito e suavidade capaz de enganar o interlocutor do nada, quando menos se espera.

Megalomaníaco, com direito a investimento na corrida rumo ao espaço imitando o Elon Musk da vida real, Marks se comporta como um homem cheio de dinheiro disposto a contribuir para a sociedade. No caso, a compra da UBA seria para reajustar a cobertura jornalística, de fatos políticos, econômicos e afins, em busca da verdade, primando pela parcialidade. Evidentemente, não é prudente acreditar nisso cegamente.

Alex Levy (Jennifer Aniston), principal talento jornalístico da UBA, torce o nariz ao saber que Marks deseja comprar a empresa. A jornalista-celebridade desconfia da real motivação dele por essa aquisição e questiona claros conflitos de interesse. 

O que, porém, engrossa o caldo é o fato de Alex cair no encanto do bilionário. O que pode complicar ainda mais as relações profissionais do acordo prestes a se concretizar rendeu o match de um dos casais mais quentes e atraentes da TV deste ano. Amigos longe das câmeras, Jennifer e Hamm acabaram formando um casal em The Morning Show, com direito a cena de sexo que tomou conta da internet.

Entrando na reta final da terceira temporada, Marks chega perto de, definitivamente, comprar a UBA e possuir tudo o que ela tem de relevante, de emissora televisiva a streaming. Os próximos episódios vão revelar o que esse ricaço, que nem diploma do ensino médio tem, vai fazer com o conglomerado.

Jon Hamm em Unbreakable Kimmy Schmidt
Jon Hamm em Unbreakable Kimmy Schmidt

Jornada de Jon Hamm pós-Mad Men

A atuação de Jon Hamm em The Morning Show é um acerto, assim como sua contratação. Provou-se aí um casamento perfeito entre ator e personagem. Nesses últimos oito anos, ele teve trabalhos interessantes, porém mais na base da aventura e do experimento do que algo concreto no que tange a reconhecimento da crítica, do público e possível destaque no circuito de premiações hollywoodianas.

Logo após o fim de Mad Men, o ator entrou na divertidíssima Unbreakable Kimmy Schmidt, assumindo o papel de Richard Wayne Gary Wayne, que se diz profeta do apocalipse e líder de uma seita do fim do mundo, levando-o a raptar quatro mulheres e mantendo-as cativas durante 15 anos. Acabou indicado ao Emmy, na categoria ator convidado de comédia, por essa atuação.

Hamm fez muita comédia na jornada de desintoxicação de Don Draper, propositadamente aceitando personagens mais leves e descontraídos do que o publicitário denso. Nessa, ele topou fazer participações especiais ou como integrante do elenco de apoio em séries tipo Wet Hot American Summer: First Day of Camp, Angie Tribeca e The Last Man on Earth.

A investida em trabalhos distantes do drama o levou até a dublagens de desenhos animados e narrações de séries (Legion). Isso acabou culminando no inusitado, ganhando a oportunidade de viver o Arcanjo Gabriel na comédia Good Omens (atuação que não foi lá essas coisas, isso por culpa do personagem e da trama pouco inspirada).

The Morning Show é o retorno, em grande estilo, de Jon Hamm a um drama prestigiado.


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