Épica produção disponível no Star+/Disney+, Xógum: A Gloriosa Saga do Japão recebe merecidos elogios pela autenticidade, do idioma japonês falado ao figurino. A precisão cultural, porém, tem um pequeno truque oriundo da magia da TV: nenhuma cena foi gravada na terra do sol nascente. A moderna região de Vancouver, no Canadá, foi transformada no Japão feudal do século 17.
Curiosamente, a renomada diretora de arte Helen Jarvis, produtora de design responsável pela decoração e cenários de Xógum, nunca pisou os pés no Japão. Mesmo assim, munida de muita pesquisa e apoiada por profissionais conhecedores de aspectos do Japão histórico-medieval, ela conseguiu erguer um mundo artificial bastante fiel e convincente, aprovado pelos espectadores japoneses que estão acompanhando a história de Xógum.
A primeira motivação para gravar Xógum no sul da província (Estado) da Colúmbia Britânica foram os incentivos fiscais, vantagem que leva muitas produções hollywoodianas a atravessar a fronteira do noroeste dos Estados Unidos. É lá, por exemplo, que Virgin River é gravada, narrativa que se passa na Califórnia (EUA).
Tem o fator geográfico crucial. Localizada no Oeste do Canadá, Vancouver tem uma ilha colocada em seu território, onde foram feitas várias cenas externas de Xógum. Criou-se um cenário perfeito para emular a ilha japonesa do outro lado do Oceano Pacífico, em parte por conta das semelhanças entre os dois litorais.
Duas áreas externas e dois estúdios foram usados para criar a maioria dos cenários vistos em Xógum. Inclui-se aí a vila dos pescadores, o porto, os palácios reais, as casas de samurais… Como algumas locações estavam separadas por cerca de 64 km, entrou em cena o departamento de efeitos especiais para criar uma unidade visual capaz de aproximar tais cenários, fazendo justiça à história.
Nas cenas em pleno mar, o fundo azul foi erguido em volta de navios, por causa da profundidade, que precisou ser inserida digitalmente dando ao espectador a impressão de estar vendo um horizonte dos anos 1600 e não da segunda década do século 21.
A equipe de Helen usou locações que tradicionalmente são destinadas a produções de entretenimento, porém precisou alugar espaços privados. Um grande terreno, no qual se replicou a cidade de Osaka da época, foi ocupado pela produção durante um ano inteiro.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
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