Duas vezes indicada ao Emmy de melhor drama, Killing Eve (2018-2022) entra completa, com suas quatro temporadas, nesta segunda-feira (4), na Netflix. O drama britânico de espionagem tem sua segunda passagem pelo Brasil; antes foi disponibilizada com exclusividade pelo Globoplay. Por ter uma boa base, junto com elenco afiadíssimo, Killing Eve é boa e vale a pena acompanhar. Acontece que é necessário se preparar para o final frustrante.
Produção do grupo BBC, Killing Eve é baseada no livro Codinome Villanelle, de Luke Jennings e publicado pela editora Suma, em território brasileiro. O protagonismo é da dupla Sandra Oh (a eterna Cristina Yang de Grey’s Anatomy) e Jodie Comer (vencedor do Emmy pela série).
A trama segue os passos de Eve Polastri (Sandra), agente do MI5 (setor do Serviço Secreto do Reino Unido) que é demitida após a investigação de um caso. Mas sua paixão por capturar mulheres assassinas a leva para outro emprego, agora em uma divisão sigilosa do MI6. A missão é localizar, perseguir e capturar uma jovem chamada de Villanelle (Jodie). Cria-se, então, um fascínio mútuo.
A atuação de Jodie como Villanelle é extraordinária. Dá vontade de convidá-la para tomar um café em casa, até se esquecendo que ela é uma matadora implacável, uma sociopata talentosa. Eve é outro ponto forte da série, destruindo todo suposto glamour por trás de uma agente do serviço secreto britânico de alto nível.
Ao lado delas estão personagens divertidíssimos. Villanelle trava conversas afetuosas e bélicas com o impagável Konstantin (Kim Bodnia), o cara que é responsável em designar as operações clandestinas executadas pela criminosa. Já Eve tem a companhia de Carolyn (Fiona Shaw), chefe do MI6 que personifica a secura do humor inglês.
A derrocada de Killing Eve
Muito elogiada, a primeira temporada contou com a brilhante Phoebe Waller-Bridge (Fleabag) na função de roteirista-chefe. Na leva seguinte, o cargo de showrunner mudou de dono, o que se repetiu posteriormente, resultando em quatro showrunners em quatro temporadas. Eis a raiz do problema de Killing Eve: a cada troca de comandante, a série se distanciava de sua fonte e perdia identidade, ficando fraca com o passar do tempo.
Como se estivesse em uma maratona, o drama britânico começou a corrida no modo ‘taca-le pau’, disparando na frente logo na largada. Porém, o fôlego acabou. Até cruzou a linha de chegada, mas se arrastando, quase parando. Empolgação e adrenalina caíram no meio do caminho.
Só pela primeira temporada (a segunda tem seu valor também), Killing Eve conquistou um espaço entre as melhores séries de TV da década passada, tudo por causa da interação explosiva entre Eve e Villanelle. Mas aí, depois da conclusão da trama, Killing Eve entrou no clube das séries com os piores finais de todos os tempos, sentando ao lado de Lost, True Blood, Dexter…
A energia do começo da série é tão grande que prende o telespectador para ver até onde vai essa briga de gato e rato travada pela policial contra a serial killer. Só isso que motiva seguir fiel até o fim, ver onde tudo isso vai dar.
Codinome Villanelle é uma trilogia. A série optou por um término completamente diferente da saga literária, mudança que não foi positiva. A ousadia acabou descaracterizando a premissa do drama de espionagem, fazendo uma baita injustiça com as personagens. A licença criativa é bem-vinda em qualquer adaptação, desde que a história não saia dos trilhos.
Os fãs de Killing Eve tomaram a série para si, literalmente. Logo após o fim, surgiram na internet diversos desfechos da série que eles próprios escreveram, imaginando o que seria o término mais justo e ideal para Eve e Villanelle. Essa apropriação de Killing Eve pelos fãs é bem simbólica e diz muita coisa nas entrelinhas.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
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