Sem querer querendo, a Netflix montou uma trilogia de séries, na base do sexo e erotismo, com a chamativa palavra desejo no título. O exemplar mais novo vem da África do Sul, batizado de Desejo Fatal, drama que foi a sensação da plataforma no último final de semana. Ela tem muita coisa em comum com as “coirmãs” Desejo Obsessivo (Inglaterra) e Desejo Sombrio (México): cenas picantes embalam as narrativas cheias de mistério e suspense.
O preço pago disso é que a qualidade da trama é deixada de lado. É como se valesse tudo, inclusive acompanhar uma história ruim e mal contada, apenas para ver alguém pelado. Menos mal que o bacanal é eclético, satisfazendo assim os desejos de todos os assinantes.
Em tempo: no batismo original, só Desejo Sombrio (Oscuro Deseo) tem desejo no nome. Desejo Obsessivo é Obsession (Obsessão, em tradução direta para o português) e Desejo Fatal é Fatal Seduction (Sedução Fatal).
E todas são cuidadosas para pegar o público adolescente, obedecendo critérios e evitando ser proibidas para menores de idade. No Brasil, as três séries receberam a classificação indicativa A16: relação sexual intensa. O índice A18, no quesito sexo, aponta “cenas explícitas e situações sexuais complexas ou de forte impacto.”
O apelo de Desejo Fatal
Com episódios curtos, girando em torno de 30 minutos, Desejo Fatal não perde muito tempo e parte logo para a ação. São três cenas de sexo logo no primeiro capítulo, mostrando a que veio. Sem contar o desfile de mulheres lindas e homens musculosos capazes de ligar o motor de qualquer um.
A trama… Bem, nada foge muito da máquina de fazer séries que a Netflix é, calcada nos algoritmos. Se eles apontam que é esse tipo de história que o público gosta, a linha de produção pasteurizada vai entregar mais e mais do mesmo naipe.
Por que mudar, não é mesmo? (isso pensando pelo ponto de vista dos negócios). Desejo Fatal líder de audiência só comprova isso.
Vejamos. Desejo Fatal apresenta a trilha da professora universitária Nandi Mahlati (Kgomotso Christopher), que sofre com a perda de um bebê e os segredos do marido. Tudo muda ao conhecer um homem mais jovem durante uma viagem de fim de semana.
O que era pura paixão acaba em tragédia e agora ela terá que olhar tudo e todos com outros olhos. Uma morte perturbadora inicia a sequência misteriosa da série.
Desejo Obsessivo e o sexo tabu na Netflix
Por sua vez, a britânica Desejo Obsessivo tem no centro um romance proibido vivido por nora e sogro. A aventura tabu ocorre entre William Farrow (Richard Armitage), cirurgião talentoso, e Anna Barton (Charlie Murphy), noiva de seu filho, Jay (Rish Shah). A relação, fundamentada em um desejo proibido, acaba virando uma obsessão perigosa com consequências devastadoras para toda a família.
O BDSM (Bondage, Disciplina/Dominação, Submissão/Sadismo e Masoquismo) é o que sustenta a relação de William e Anna em Desejo Obsessivo. Embora tenha o tabu nora-sogro no cerne do relacionamento, o sexo é retratado como respeitoso e consensual, com Anna sendo a submissa, mas ao mesmo tempo a parceira que está no controle, o que a deixa empoderada.
Desejo Fatal e Desejo Sombrio são iguais?
Já a mexicana Desejo Sombrio, com o protagonismo de Maite Perroni (ex-Rebelde), tem a prestigiada advogada e professora universitária Alma Solares (Maite) liderando a história (convenhamos: a trama é muito parecido com Desejo Fatal).
Alma vai passar um tempo com uma amiga que está vivendo o luto de uma separação. Nesse período, ela tem um encontro ardente com um jovem de 23 anos.
Quando volta para sua família, Alma decide esquecer o que aconteceu, mas as coisas não são tão fáceis como parecem. O que era para ser uma simples aventura se torna uma paixão arrebatadora e uma obsessão perigosa, trazendo à tona segredos que podem mudar o rumo de sua vida.
Percebeu como a fórmula da “trilogia Desejo” é a mesma, com a diferença de um ou outro fator? O que vale para a Netflix é que o público aprova tudo isso.
A primeira temporada de Desejo Sombrio (2020) ficou três semanas no top 10 global da Netflix (séries de língua não inglesa), alcançando a lista das atrações mais vistas na plataforma em 58 países. A segunda leva (2022) apareceu cinco semanas no top 10, bombando em 67 países.
Desejo Obsessivo atingiu o top 10 em 88 nações; foram duas semanas no top 10 da Netflix entre as atrações de língua inglesa.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
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