CRÍTICA

Olá, Amanhã!: série da Apple pergunta: qual mentira você quer acreditar?

Comédia dramática é mais uma produção ótima, bela e bem escrita do Apple TV+
DIVULGAÇÃO/APPLE TV+
Cartaz de Olá, Amanhã!
Cartaz de Olá, Amanhã!

Bom de lábia, o vendedor Jack Billings (Billy Crudup) é o cara ideal para quem está de saco cheio da vida no Planeta Azul. Em Olá, Amanhã!, nova série do Apple TV+, ele conquista os mais desolados com a promessa de um futuro melhor. Não aqui na Terra, mas sim em um terreno na Lua. Essa é uma das mentiras da trama que você pode escolher acreditar.

Com um visual retrofuturista de encher os olhos, além de contar com um elenco afiadíssimo, Olá, Amanhã! apresenta diversas narrativas rodeadas pela mentira, seja deslavada ou aquela mais branda. Cuidado! Porque a minissérie pode acabar lhe convencendo da máxima popular: uma mentira contada várias vezes passa a ser verdade.

Sem esconder a pinta de um trambiqueiro nato, Jack Billings esbanja entusiasmo ao abordar pessoas estranhas oferecendo uma oportunidade tida como única: comprar uma casa na Lua. Ele tem na ponta da língua as respostas para todos os questionamentos. O que importa é vender os pedacinhos da Lua e ganhar dinheiro.

Jack gerencia a empresa Brightside Lunar Residences e tem sob seu comando dois vendedores, tão mergulhados na mentira quanto o chefe. A ilusão pode ser sobre acreditar ser de fato um bom funcionário ou tentar enganar os outros ao dizer que tudo está bem (quando a verdade é o oposto disso).

A cada avanço da trama, as mentiras ficam mais complicadas. E outras surgem. Uma bem cabeluda tem Jack como mentor. Ele recruta para equipe de vendas Joey (Nicholas Podany), um jovem inexperiente que rapidamente se torna o seu favorito, ganhando benesses e afins. Acontece que esse rapaz é filho de Jack, que ele não vê desde a infância. Claro, Jack faz tudo isso sem contar a verdade para o novato.

Joey, por sua vez, também é acometido pelo vírus da falsidade, quase que por osmose. Ele distorce fatos para agradar Jack e mergulha de cabeça no sistema de vendas de residências na Lua.

Alison Pill em cena de Olá, Amanhã!
Alison Pill em cena de Olá, Amanhã!

A verdade em Olá, Amanhã!

Agora, existe mesmo esse loteamento especial na Lua? Jack fabrica situações para que todos creiam que sim, sempre fugindo do assunto quando alguém pede que seja provada a veracidade das casas ou até mesmo da viagem espacial.

Então, a narrativa introduz uma personagem-chave para desmascarar o vendedor de geladeira para pinguim. Myrtle Mayburn, interpretada pela ótima Alison Pill, toma uma decisão drástica para uma mulher nos anos 1950, década na qual a série se passa. Ela larga o marido, junta todo dinheiro que tem e comprar uma casa na Lua.

A loira dona de casa imaginava que a viagem seria imediata, pois precisava fugir do marido traidor. Porém, ela terá de esperar alguns meses até a próxima viagem à Lua, segundo informou um vendedor. Myrtle começa a suspeitar e aparece como a pessoa que pode quebrar as trambicagens dessa rede de mentiras e descobrir a verdade.

Como já visto no cinema, Olá, Amanhã! adota o estilo retrofuturista: história ambientada no passado, mas cheia de tecnologias avançadas. Aqui, os anos 1950 servem de pano de fundo. Logo, a TV é em preto e branco, mas é possível fazer videoconferências. Os carros têm designs antigos, mas flutuam (sem rodas). E robôs fazem de tudo na sociedade, de servir mesas a delivery.

Olá, Amanhã! (Hello Tomorrow!) é um pacote completo, digno das melhores séries do Apple TV+. O visual é belo, a narrativa é envolvente e as atuações merecem aplausos. E, como é tradição no streaming da Apple, a vinheta de abertura é genial, de cair o queixo. É quase um resumo da trama (preste atenção nos objetos e no letreiro). Assista:


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