PONTO DE VIRADA

Você largou Chicago P.D.? A hora de voltar é agora, na 12ª temporada

Hank Voight descola da narrativa woke na nova leva de episódios
DIVULGAÇÃO/NBC
Jason Beghe, o sargento Voight de Chicago P.D.
Jason Beghe, o sargento Voight de Chicago P.D.

A 12ª temporada de Chicago P.D., que estreia no Brasil nesta segunda-feira (20), às 23h10, no canal Universal, é um ponto de virada. Se você largou o drama policial pelo meio do caminho, principalmente após a injeção woke na narrativa, para o bem ou para o mal, agora é uma boa hora de voltar.

Não, o sargento Hank Voight (Jason Beghe) jamais será aquele do passado, agressivamente burlando leis, deveres e direitos em prol da ordem a qualquer custo (os fins justificam os meios). Contudo, o protagonista da série, depois de passar por uma experiência de quase morte na leva anterior, retoma atitudes que infringem regras e procedimentos em nome da justiça.

É o ressurgimento do anti-herói perfeito: policial disposto a rasgar leis e atropelar normas por uma boa causa. A missão da série é encontrar o equilíbrio entre não perder a essência do seu protagonista ao mesmo tempo em que deixa explícito que não tolera brutalidade policial. 

Chicago P.D. sempre foi boa ao explorar nuances desse tipo, vindo logo da chefia, aspecto que a fez se diferenciar dos demais dramas do gênero. Mas isso mudou no momento no qual a polícia americana foi rotulada de vilã número 1 da sociedade, decorrência do assassinato de George Floyd, em maio de 2020, homem preto covardemente asfixiado por um policial branco na cidade de Minneapolis (EUA).

A série virou alvo de críticas devido à postura de Voight. Os roteiristas mudaram o rumo da narrativa a partir da oitava temporada, especificamente. O time criativo passou a trabalhar mais de perto com consultores diversos, de ONGs a policiais da ativa, para encontrar a melhor forma de tratar tópicos sensíveis envolvendo agentes da lei.

Acontece que o resultado na tela não foi satisfatório. Chicago P.D. perdeu audiência gradativamente e se tornou a menos vista entre as irmãs da franquia Chicago (Med e Fire). O essencial daquele período, alterar o modus operandi de Voight, provou não ser benéfico à história do drama no longo prazo.

Precisou do caso de quase morte para o sargento ajustar o seu prumo. Ele até pode estar mais comedido, entretanto, não mais ficará receoso ao se deparar com a possibilidade de driblar leis quando o assunto for pegar criminosos.

É um aceno às primeiras temporadas de Chicago P.D., quando a narrativa apresentava uma perspectiva mais complexa sobre o trabalho policial. Voight era visto, com frequência, cruzando os limites da ética. E a série fazia um esforço para esmiuçar os motivos dele ter feito algo do tipo.

A adição de um novo personagem é importante nessa equação. Entra em cena Charlie Reid (Shawn Hatosy), novo comissário que age como um vilão de olho em Voight. 

Assim, Voight volta a ser alvo de escrutínio de seus superiores. E ele fica mais focado em operações nas ruas, com um comportamento questionável atrás do outro, ao invés de mergulhar em politicagem. 

Vale destacar também a entrada de Kiana Cook, oficial vivida por Toya Turner. Chicago P.D. usa a personagem para contrapor decisões do sargento Voight. Ela fica desconfortável com questões que desafiam a ética e a moral constantemente postas em sua frente. Isso gera conflitos interessantes ao longo dos casos investigados.

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