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Última greve dos roteiristas em Hollywood causou prejuízo de US$ 3 bilhões

Atual vínculo entre o sindicato (WGA) e os patrões (estúdios) termina em 1º de maio
REPRODUÇÃO/ABC NEWS
Manifestantes em frente ao estúdio da Paramount na greve de 2007-2008
Manifestantes em frente ao estúdio da Paramount na greve de 2007-2008

Esta semana vai ser decisiva para Hollywood. Em 1º de maio, chega ao fim o atual vínculo entre o sindicato dos roteiristas (WGA) e a entidade patronal que representa os nove maiores estúdios da indústria de entretenimento americana (AMPTP). As conversas giram em torno de um único objetivo: evitar repetir a paralisação de 2007-2008 que causou prejuízo de US$ 3 bilhões.

Por mais que ambos os lados, como em qualquer negociação contratual padrão, defenda seus argumentos com unhas e dentes, há algo em comum nas entrelinhas. Acima dos interesses está o fato de que Los Angeles e toda a indústria hollywoodiana, se estendendo a polos como Atlanta e Nova York, não têm condições de arcar com uma greve de qualquer natureza. Isso pensando no dinheiro que será perdido.

A conta de US$ 3 bilhões foi feita pelo jornal Los Angeles Times, na época, e fechada assim que a paralisação chegou ao fim, depois de três meses e oito dias. A quantia refletiu o impacto na cidade californiana, somando os desfalques na economia direta e indireta do entretenimento, considerando todo tipo de setor envolvido com Hollywood.

Naquele período, 12 mil roteiristas cruzaram os braços. A consequência disso foi o impacto no trabalho de mais de 250 mil pessoas. Os tais US$ 3 bilhões equivalem, hoje, a US$ 4,5 bilhões (R$ 22,8 bilhões).

O ponto-chave debatido na mesa de negociação neste ano é o maior repasse de dinheiro aos roteiristas por atrações lançadas nos streamings, tópico tecnicamente chamado de residual. 

Do lado do sindicato, o argumento é que os conglomerados hollywoodianos estão ganhando muito dinheiro e distribuindo pouco aos profissionais que criam e desenvolvem as atrações lucrativas. Já os patrões sustentam que, por causa das plataformas, nunca os roteiristas tiveram tanta oportunidade de trabalhar, abrindo brecha para várias possibilidades de emprego.

Leia no Diário de Séries: ‘Roubei comida da Netflix’: roteiristas revelam apuros da vida em Hollywood

Caso até 1º de maio não se chegue a um acordo, os filiados do WGA autorizaram a diretoria a decretar greve por tempo indeterminado.


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