POLÊMICA

The Acolyte: criadora nega que série seja militante da causa LGBTQIA+

Drama foi classificado como a produção 'mais gay de Star Wars'
DIVULGAÇÃO/DISNEY
Jodie Turner-Smith em The Acolyte
Jodie Turner-Smith em The Acolyte

Nova série do universo Star Wars, com episódios inéditos lançados toda terça-feira, no Disney+, The Acolyte divide opiniões acaloradas. Apesar de receber avaliações positivas de telespectadores e especialistas da mídia, parte do fã-clube da lendária saga de ficção científica detona a série por ser, na visão destes, uma propaganda da causa LBTQIA+.

Criadora de The Acolyte, Leslye Headland (Boneca Russa), nega esse rótulo militante. “Eu não criei uma história queer, com Q maiúsculo”, disse, em entrevista ao site The Hollywood Reporter.

Leslye é a primeira pessoa (abertamente) queer a desenvolver um projeto da franquia Star Wars. Ela criou as gêmeas protagonistas, Osha e Mae, pensando na atriz Amandla Stenberg, que se identifica como homossexual. No elenco estão o ator gay Charlie Barnett, que trabalhou com Leslye em Boneca Russa, e Rebecca Henderson, mulher da showrunner.

Existe uma corrente entre fãs de Star Wars que rejeita qualquer inclinação ao progressismo nas novas histórias da saga. Esse grupo deseja manter o padrão dos anos 1970-80, quando representação racial e sexual no cinema e na TV era algo praticamente inexistente, um assunto pouco discutido. 

A bronca com The Acolyte ganhou força quando a série apresentou o que os fãs reacionários chamaram de “lésbicas bruxas do espaço”, inserindo-as no cânone de Star Wars. No caso, trata-se de uma comunidade de mulheres habitantes do planeta Brendok. A trama mostrou que as gêmeas Osha e Mae tinham duas mães. Muitos, logo, as rotularam de lésbicas.

Elas fazem parte de uma sociedade matriarcal”, explicou Leslye. “Como mulher gay, eu sabia de antemão que muitas pessoas iriam categorizar a sexualidade delas como queer. Não existem homens naquela comunidade, por isso uma aproximação entre duas mulheres seria algo natural. Chamá-las de lésbicas demonstra erro de interpretação, significa que a pessoa não está realmente prestando atenção na história.”

O movimento online contra The Acolyte, devido à série ser supostamente militante da causa LGBTQIA+, é intenso. O alvo para demonstrar essa irritação tem sido o Rotten Tomatoes, um dos sites mais populares sobre compilação de reviews de séries. Se a crítica aprovou a atração, com índice de 85%, a avaliação do público está em 13% (pessoas entram no site para dar notas baixas, aos montes e sem critério, para reduzir ainda mais esse número).

Mesmo The Acolyte não sendo a produção “mais gay de Star Wars, por uma margem considerável”, como classificou uma jornalista (um vídeo com essa declaração viralizou), a criadora lamenta que muitas pessoas se incomodem ao menor sinal de diversidade e progresso no mercado do audiovisual: “Sinceramente, fico triste ao saber que muitos pensem que se uma história é gay, então é uma história ruim”.

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