REPRODUÇÃO
Piquete de roteiristas na sede da Netflix, em Los Angeles
O sindicato dos roteiristas de Hollywood (WGA) armou uma ofensiva para enquadrar o filiado fura-greve, aquele que não obedece a ordem de cruzar os braços durante a atual paralisação, que completa onze dias nesta sexta-feira (12). Um site foi lançado para receber denúncias. Pode haver aí punição dupla, tanto para quem está furando a greve quanto à pessoa que não fez a denúncia, isso de acordo com as regras do WGA.
Na última greve dos roteiristas, que durou cem dias entre os anos de 2007 e 2008, uma dúzia de filiados foram julgados por terem trabalhado durante a paralisação; três foram considerados culpados.
Assim diz uma das diretrizes do WGA: “Você tem de informar ao WGA o nome de qualquer roteirista que você acha que esteja envolvido em qualquer atividade fura-greve, escrevendo algo ou não.”
“Na medida do possível, você tem de especificar a natureza da violação”, continua a determinação, “incluindo a data e lugar do ocorrido, o nome da empresa associada e o nome do projeto em questão.”
O regulamento que entra em vigor quando uma greve está ativa destaca punição severa: “A disciplina [condenação] pode incluir, mas não está limitada a, qualquer um ou todos os seguintes: expulsão ou suspensão do sindicato e imposição de multas monetárias ou censura; a disciplina imposta é executável pelos tribunais.”
A medida do WGA visa rebater comunicados de produtoras que estão aliciando showrunners (que são majoritariamente roteiristas) a trabalharem em plena greve, citando leis que não obrigam um trabalhador a obedecer ordens grevistas de qualquer sindicato (o que é verdade).
Os estúdios, sutilmente, ameaçam os showrunners/roteiristas de demissão caso não cumpram determinados deveres, intimidação que só aumenta a tensão em Hollywood. A perspectiva é que a greve de 2023 não vai chegar ao fim tão cedo como alguns imaginam.
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