Série fenômeno sobre a vida de Jesus Cristo, The Chosen cada vez mais chama a atenção dos brasileiros. Dois fatores contribuem para isso: aquisição do drama religioso pelo SBT e exibição especial nos cinemas de todo o país, a partir de quinta-feira (31). Embora seja majoritariamente cristão, o Brasil se divide, nesse quesito, entre católicos e protestantes, o que leva à justa pergunta: The Chosen é uma série católica ou evangélica?
O ponto de vista crítico de cada espectador pode levar a opiniões diferentes, com alguns chegando a crer que há pontos em comum com o mormonismo (Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias). Fato é que, na essência, The Chosen não tem religião. Pessoas de todas as fés são consultadas a cada temporada. A base usada no desenvolvimento dos episódios é a Bíblia.
Dentro das interpretações variadas, o ponto de discórdia da série é aquele que tradicionalmente divide católicos e evangélicos: o retrato de Maria, a mãe de Jesus. Os católicos mais radicais até rotulam The Chosen como “blasfêmia” contra a Virgem Maria. Ao mesmo tempo, há padres, acadêmicos ou não, que aprovam a série, não enxergando nela qualquer problema.
As dúvidas sobre qual a raiz religiosa de The Chosen são tantas que Dallas Jenkins, criador, diretor e roteirista do drama, teve de fazer um vídeo respondendo as perguntas mais comuns acerca disso. Como o cineasta afirmou, o vídeo acabou sendo “a declaração de fé” da série.
De cara, é importante deixar claro que The Chosen é uma produção independente, sem ligação com qualquer Igreja ou grande estúdio hollywoodiano. Boatos chegaram a sugerir que os mórmons estavam por trás do projeto porque a distribuidora da série foi fundada por mórmons ou pelo fato de ter cenas gravadas em propriedades da igreja em Utah, estado americano predominantemente mórmon. Nada a ver uma coisa com a outra.
The Chosen é uma série roteirizada, não tendo a intenção de ser um documentário ou projeto de alguma instituição religiosa. No vídeo, Jenkins reforçou que a trama “não tem conexão com qualquer denominação ou tradição de fé.”
Naturalmente, pessoas de todas as crenças trabalham no drama (mais de 200). Então, tem de Jenkins (cristão evangélico) e a Jonathan Roumie, o protagonista que interpreta Jesus, que é católico e já conheceu o papa.
O alicerce primário da narrativa são os evangelhos do Novo Testamento. Uma vez que os roteiros ficam prontos, eles passam por uma revisão feita por consultores especializados em Bíblia, tudo para que haja precisão histórica e cultural das cenas.
Jenkins promove uma espécie de mesa-redonda com religiosos, formada por rabino messiânico, padre e acadêmico evangélico. “Isso não é para buscar aprovação deles, pois, obviamente, nós e eles não concordamos em tudo”, contou Jenkins. “É um fórum para que possamos [a série] tomar decisões racionais e bem informadas.”
Jenkins vê como “excitante, não perigoso” ouvir diferentes visões e explicações sobre a mesma passagem bíblica. Essas perspectivas distintas do mesmo relato enriquecem a criação dos episódios.
Em tese, The Chosen tenta ser neutra ao máximo, focando nas histórias dos evangelhos em si, deixando viés particulares e interpretações de lado. Talvez por isso a série faça tanto sucesso, ao redor do mundo, entre pessoas de todo tipo de vertente cristã.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
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