Vem aí a produção mais ambiciosa feita pela Netflix em toda a América Latina. A minissérie Senna, cuja proposta é narrar toda a trajetória de vida do piloto Ayrton Senna (1960-1994), tem tudo para ser a atração brasileira que vai conquistar o mundo, seguindo os passos de séries de língua não inglesa da plataforma como Lupin (França), Round 6 (Coreia do Sul) e La Casa de Papel (Espanha).
Sim, 3% (2016-2020) é um marco do mercado audiovisual brasileiro e tem um lugar na história como uma das primeiras séries da Netflix, fora do eixo Estados Unidos-Reino Unido, a ser sucesso internacional. Mas o alcance não foi grandioso como se deu com os títulos citados anteriormente.
É razoável perguntar, e até questionar criticamente, o fato de o Brasil ainda não ter a sua La Casa de Papel. Celeiro de novelas imponentes e famosas mundialmente, o país ainda não conseguiu emplacar uma série arrebatadora em todo o planeta. Essa história está prestes a mudar.
Por que Senna?
Os fatores acerca de Senna ajudam a acreditar que a minissérie será um estouro inédito. Primeiro, vale reforçar o investimento feito pela Netflix na atração, apostando alto na produção. Fazendo o mesmo no marketing, cria-se um clima de empolgação e expectativa.
A escolha de Vicente Amorim para ser o diretor de Senna foi muito acertada. Dono de larga experiência, o cineasta tem o feeling ideal para transformar a vida de Senna em uma boa história dividida em capítulos.
No mundo das séries, Amorim passou por As Canalhas, A Divisão e dirigiu Santo, com o protagonismo de Bruno Gagliasso, que será lançada na Netflix em 16 de setembro.
Ayrton Senna é ídolo de fãs da Fórmula 1 das mais diversas nacionalidades. Essa familiaridade universal com o tricampeão certamente irá atrair público para a minissérie.
Estar na Netflix vai ajudar Senna mais ainda. Não apenas por ser a líder do streaming, mas pela situação inesperada de ser um ponto de encontro dos admiradores da Fórmula 1, unidos por causa do bem-sucedido documentário Dirigir Para Viver.
O programa, que já teve quatro temporadas e está renovado, é um fenômeno por fazer sucesso em uma plataforma que tradicionalmente não abre espaço para o esporte. O documentário explora os bastidores da competição e conseguiu trazer fãs novos para acompanhar as corridas, além de resgatar aquela pessoa que estava desgostosa da Fórmula 1.
Vale a Netflix ter toda a calma do mundo na produção, finalização e lançamento de Senna. Como visto, o drama biográfico tem tudo para ser um hit nunca antes visto e colocar o Brasil no topo do tão cobiçado ranking top 10 mundial da gigante do streaming.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br