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Roteiristas fazem pique em frente ao estúdio da Paramount
O sindicato dos roteiristas de Hollywood (WGA) e a entidade patronal AMPTP, que representa os nove maiores estúdios da indústria de entretenimento americana, chegaram a um acordo para acabar com a greve iniciada em 2 de maio, há 147 dias. O aperto de mãos dado no último domingo (24) não significa que a greve acabou. Entenda o que acontece a partir de agora.
Na prática, os negociadores e diretores de ambas as partes da mesa entraram em acordo resolvendo os principais tópicos a serem acertados, como uso e influência da inteligência artificial nos roteiros e número mínimo na contratação de profissionais para a chamada sala de roteiro, onde as séries são escritas.
O próximo passo é pegar o que foi combinado e passar para um contrato, usando termos legais e oficiais, deixando bem claro, sem margem para interpretações, qual vai ser o regime de trabalho pelos próximos três anos. Depois desse período, em 2026, esse acordo será revisto.
Uma vez que o contrato em si estiver pronto, a hora é dos 11.500 filiados do WGA votarem a favor ou não do acordo. Nos próximos dias, a cúpula do sindicato vai trabalhar para convencer os roteiristas de que o contrato a ser aprovado é o melhor possível para a categoria.
Esse processo é assim mesmo. Na última grande greve dos roteiristas, entre os anos de 2007 e 2008, a paralisação terminou oficialmente quatro dias após o acordo provisório. Detalhe é que, se demorar um pouquinho mais, a atual greve pode ser a maior da história do WGA, superando os 154 dias de 1988.
Pela atual conjuntura, o fim da greve dos roteiristas não significa que eles vão voltar ao trabalho imediatamente. Isso ainda está a ser definido. Tudo porque os profissionais estão alinhados com os atores, que estão de braços cruzados há mais de 70 dias. A tendência é que os roteiristas de séries/filmes voltem a colocar a mão na massa apenas após o fim da greve dos atores.
Os piquetes organizados pelo WGA na porta dos grandes estúdios hollywoodianos estão suspensos. Roteiristas que trabalham em atrações que não tem atores, como talk shows ou programas de variedades, podem voltar ao trabalho assim que a greve realmente acabar.
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João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
