
Lançada em 2017 e concluída em 2020, a série Absentia ressurge no Brasil após entrar na Netflix cinco anos após o encerramento. Disponível na gigante do streaming desde a última sexta-feira (14), o drama policial, composto por três temporadas, conquistou o público nacional após passar despercebido em streamings obscuros (Crackle e Sony One) e na TV paga (canal AXN).
A atração fisga o espectador por causa de sua premissa bastante intrigante, que tem força para segurar a audiência. Anos após ser dada como morta, Emily Byrne (Stana Katic), agente do FBI, escapa das garras de um serial killer, descobre que a família seguiu adiante e que terá que provar sua inocência ao ser apontada como principal suspeita de uma onda de assassinatos.
Para compreender melhor a trama de Absentia, é importante entender o significado do título da série. Numa tradução direta, absentia é o mesmo que “ausência”. No campo jurídico e criminal, existe os termos “morte declarada em ausência”, “presunção de morte” ou “morte presumida” (este mais comum no jargão do Direito brasileiro). Tais termos se aplicam quando se acredita que uma pessoa faleceu mesmo sem provas diretas desse óbito, como a localização de restos mortais (um corpo ou um esqueleto) que possam ser atribuídos a ela.
Assim, tal presunção costuma ser feita quando alguém está desaparecido há muito tempo e não há qualquer indício de que ainda esteja vivo. Ou após um período mais curto, quando as circunstâncias do desaparecimento sustentam de forma contundente a conclusão de que a pessoa morreu (como em um acidente aéreo, por exemplo).
A protagonista de Absentia passa por algo do tipo, e tal conjuntura a afeta diretamente.
A trama de Absentia
Durante a perseguição a um dos serial killers mais temidos de Boston, Emily some sem deixar pistas e acaba sendo declarada morta, oficialmente “em ausência”.
Seis anos depois, ela é encontrada à beira da morte em uma cabana isolada, sem qualquer lembrança do período em que esteve sequestrada.
O retorno à rotina, porém, é ainda mais duro do que o cativeiro: seu marido construiu outra família e o filho agora vive sob os cuidados da nova esposa. Desorientada, tentando recuperar fragmentos de memória e algum senso de normalidade, Emily é empurrada para um novo pesadelo.
Em vez de acolhimento, ela encontra desconfiança. Uma sequência de assassinatos cruéis lança suspeitas sobre ela, transformando a vítima em possível algoz. Pressionada por todos os lados, vê-se obrigada a fugir enquanto tenta remontar o quebra-cabeça de sua própria história, e provar que não é o monstro que muitos acreditam. •

João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br



