
Tudo é fora do comum na série Pluribus, nova atração do Apple TV criada por Vince Gilligan, o mesmo nome por trás de Breaking Bad e Better Call Saul. O título tem origem no latim, está no brasão de armas dos Estados Unidos e meio que sintetiza o clima da narrativa, sobre uma escritora de romances criativamente frustrada, cínica e desolada, que encara a missão de salvar o mundo da felicidade.
A palavra “pluribus” significa “muitos” ou “entre muitos”. Ela remete à expressão “E Pluribus Unum” (De muitos, Um), fincada no Grande Selo dos EUA e servindo, durante centenas de anos, como o lema não oficial do país, marcando presença em moedas e passaportes.
O lema De muitos, Um foi adotado em 1776, simbolizando a união das treze colônias em uma só nação, e só perdeu o posto oficial em 1956, quando o Congresso americano aprovou “In God We Trust” (Em Deus nós confiamos) como novo emblema.
Gilligan explicou que batizou a série de Pluribus como uma homenagem a essa ideia de união, mas deixou claro que a proposta vai além do bordão americano. “Quero que seja uma série para o mundo inteiro”, afirmou, em entrevista ao site TechRadar. “A noção que engloba o ‘de muitos, um’ não se aplica apenas à democracia dos EUA, mas também à união de pessoas de todos os lugares.”
A trama parte de um conceito provocante: “a pessoa mais infeliz da Terra precisa salvar o mundo da felicidade.” Carol Sturka (Rhea Seehorn), essa protagonista relutante, tenta impedir que um sinal extraterrestre, transformado em um vírus, converta toda a humanidade em uma espécie de mente coletiva, satisfeita e estranhamente afável.
O suspense de ficção científica, inclusive, adota o título estilizado Plur1bus, com o número “1” incorporado à palavra, reforçando o jogo entre o “um” e o “muitos”. •

João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br



