
O Paramount+ quer deixar de ser o patinho feio dos streamings. Sob nova direção, o conglomerado de mídia Paramount Skydance Corporation (ex-Paramount Global) quer mudar a cara de sua plataforma. O primeiro passo foi ir ao mercado e contratar executivos experientes, com passagens bem-sucedidas na Netflix e no Apple TV+, para turbinar o streaming da montanha e melhorar a qualidade do catálogo.
A chefia está com Cindy Holland (ex-Netflix), em um cargo de presidência responsável pelo Paramount+ (e também pela plataforma gratuita Pluto TV). Responde a ela Jane Wiseman (ex-Netflix), chefe de produções originais do Paramount+, e Chris Parnell (ex-Apple TV+), vice-presidente de produções originais.
Cindy trabalhou durante 18 anos na Netflix (desde a era dos DVDs), nove deles cuidando do conteúdo da plataforma. Ela simplesmente liderou uma avalanche de sucessos mundiais, séries que ganharam prêmios e conquistaram o público, como House of Cards, Orange is the New Black, Grace e Frankie, Narcos, Stranger Things, The Crown, O Gambito da Rainha, entre outras.
A tarefa de Cindy é firmar parcerias externas (com grandes estúdios de Hollywood) e dar mais autonomia à equipe criativa do Paramount+.
Essencialmente, Jane terá a missão de administrar o desenvolvimento de novas comédias da plataforma, devido à sua vasta experiência trabalhando com esse gênero, mesma função exercida na Netflix de 2013 a 2020.
Por sua vez, Parnell será responsável pelas séries dramáticas. Em cinco anos na Apple (2020-2025), ele esteve envolvido, como executivo sênior de criação, no lançamento de hits do nível de Matéria Escura. Parnell tem boa passagem também pela Sony (16 anos), chefiando dramas tipo The Boys, Lista Negra e Better Call Saul.
Embora tenha um catálogo rico, por causa de séries da rede CBS (líder de audiência nos EUA), dos estúdios Paramount e do canal Showtime, o Paramount+ nunca foi competitivo no mercado de streamings.
Lançado em 2021, a plataforma só sente o cheirinho do topo ocasionalmente, quando estreia séries da franquia Yellowstone ou na rabeira de Tulsa King.
Toda essa reformulação é para bater de frente com Netflix, Prime Video, Disney+ e Apple TV+, tentando achar a fórmula do sucesso que combina prestígio em premiações e aceitação do público em massa (leia-se: aumentar o número de assinantes). •

João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br