BONANÇA À VISTA

Operários de Hollywood entram em acordo com patrões para evitar greve

Contrato válido pelos próximos três anos é vitória dos trabalhadores
DIVULGAÇÃO/ABC
Bastidores da série The Good Doctor
Bastidores da série The Good Doctor

Com bastante antecedência, o sindicato dos operários de Hollywood (Iatse) entrou em acordo com a AMPTP, entidade patronal que representa os nove maiores estúdios da indústria de entretenimento americana, para assinar um contrato válido para os próximos três anos; o vínculo atual vence em 31 de julho.

Assim, Hollywood espanta a ameaça de uma nova greve, algo que seria bastante prejudicial após um combo de pandemia e paralisação dupla (dos atores e roteiristas, ocorrida no ano passado). Tal cenário afetou sensivelmente a todos da indústria, mas bateu mais pesado nos operários. Outra greve hollywoodiana seria uma tragédia.

Esse acordo foi firmado entre as lideranças de ambas as partes. Agora, bastam os filiados dos mais variados grupos de trabalhadores (figurinistas, operadores de câmera, carpinteiros, etc.) ratificarem o contrato em votações a serem marcadas para as próximas semanas. 

O medo de uma nova greve jogou a favor dos operários, que obtiveram vitórias em várias demandas, como:

  • Proteção contra o uso de inteligência artificial em suas respectivas funções;
  • Pagamento de hora extra tripla em turnos que passam das 15 horas;
  • Aumento salarial em cada um dos próximos três anos;
  • Melhorias na cobertura de plano de saúde;
  • Turbinada no fundo reservado para aposentadorias e pensões;
  • Aumento dos residuais pagos pelos streamings.

Há muitas tecnicalidades que cercam esse acordo. O Iatse (Aliança Internacional de Funcionários de Palcos Teatrais) representa a totalidade dos trabalhadores da indústria de entretenimento norte-americana. Debaixo do seu guarda-chuva estão vários distritos e entidades. 

Esse contrato acertado engloba 50 mil filiados, a maioria ligada a grupos da área de Los Angeles/Hollywood, na Costa Oeste americana. Ele serviu de base para os 20 mil restantes, espalhados pelos Estados Unidos, que entraram em acordo dois dias depois (27 de junho).

Em 130 anos, nunca o Iatse decretou uma greve nacional, de ponta a ponta nos EUA. Tiveram ocasiões de paralisações pontuais e regionais. Isso quase mudou há três anos, quando os filiados do sindicato aprovaram uma paralisação geral. A greve foi evitada em cima do laço.

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