ANÁLISE

Only Murders in the Building cresce e acha saída para não ser repetitiva

Comédia sensação apresenta recurso para não entrar em círculo vicioso
DIVULGAÇÃO/HULU
Martin Short (à esq), Selena Gomez e Steve Martin em Only Murders in the Building
Martin Short (à esq), Selena Gomez e Steve Martin em Only Murders in the Building

A segunda temporada de Only Murders in the Building terminou nesta terça-feira (23), no Star+, com episódio plenamente satisfatório e hilário. Crescendo em comparação com a leva de estreia, a comédia sensação caminhava a passos largos rumo a um círculo vicioso. Contudo, mirando a terceira temporada, ela achou uma saída para não ser repetitiva e renovar o fôlego.

Com maravilhosa química entre o trio protagonista (Steve Martin, Martin Short e Selena Gomez), Only Murders in the Building entrega uma fórmula matadora (perdão pelo trocadilho): combina humor inteligente com a imbatível estrutura dos dramas policiais. Fora que isso está inserido no contexto tão em alta dos podcasts true crime.

Mas havia aí o risco de se perder. A série poderia apostar na segurança e repetir a mesma estrutura a cada temporada. Algum morador do prédio Arconia próximo do círculo de convívio dos personagens centrais morre, sendo um deles (ou todos) suspeitos do crime, e passam a investigar o caso para se livrarem do assassinato, como se fossem alunos de Annalise Keating.

Sim, apenas ver Steve Martin, Martin Short e Selena Gomez juntos em cena é um deleite. Porém, é preciso ter uma história minimamente atraente por trás, de preferência sem copiar o arranjo que já foi exibido, sem mais do mesmo.

Paul Rudd no final da 2ª temporada de Only Murders in the Building
Paul Rudd no final da 2ª temporada de Only Murders in the Building

A saída de Only Murders in the Building

[Atenção: spoilers a seguir]
Após concluírem a investigação do assassinato de Bunny Folger (Jayne Houdyshell), Charles (Martin), Oliver (Short) e Mabel (Selena) seguiram tocando a vida sem qualquer morte por perto.

Charles ganhou uma injeção de ânimo após conseguir mais destaque na série em que atua e arranjar um novo crush. Oliver recebeu proposta para voltar a ser diretor de teatro, logo na Broadway, e definitivamente ficou em paz com o filho. E Mabel finalmente está reformando o apartamento, em paz ao lado de Alice (Cara Delevingne).

Então, Only Murders in the Building dá um salto no tempo nos instantes finais da segunda leva. Um ano depois, a peça de Oliver está para ser lançada, contudo um atrito movimenta os bastidores.

O astro da produção, Ben Glenroy (Paul Rudd), nome famoso no mundo do teatro, não se dá bem com o parceiro com quem contracena, o Charles. Em cima do palco, bem na abertura do espetáculo, Ben desmaia e morre, aparentemente intoxicado.

Eis a excelente oportunidade de a comédia expandir o alcance. Há aí um ano inteiro de cenas de flashback para explicar o que aconteceu antes da estreia da peça, somando isso à investigação dessa nova morte. Só isso é suficiente para aguçar a curiosidade.

E, avançando no que feito na segunda temporada, a atração precisa adentrar mais na vida pessoal de cada um do trio protagonista, procurando tricotar o aspecto familiar e da vida privada com a trama principal, que é a investigação do assassinato misterioso.

Only Murders in the Building, uma das melhores comédias da atualidade sem dúvida, não só escapou da maldição da segunda temporada, na qual séries perdem a linha após o ano de estreia arrebatador, como preparou um futuro promissor e sem repetições.

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