
Voltada para o público adolescente e jovem adulto, a série O Verão que Mudou Minha Vida conquistou uma faixa etária inesperada ao longo de suas três temporadas: a de mulheres maduras (+30). Esse impacto é evidente em todos os cantos, sejam em atividades ao ar livre da atração ou nas interações online.
Gavin Casalegno (26 anos), astro de O Verão que Mudou Minha Vida na pele de Jeremiah, tem uma explicação um tanto quanto simples sobre esse interesse especial vindo de mulheres mais vividas. “Essa história [de Jeremiah-Belly-Conrad] é maravilhosa justamente porque faz as pessoas reviverem a lembrança do amor”, disse em entrevista ao jornal The New York Times.
“Ela [a série] as transporta de volta à infância, aos verões e aos primeiros amores… é algo com que qualquer um pode se identificar.”
A geração madura que forma boa parte do fã-clube da série é privilegiada, pois cresceu assistindo àquela que pode ser descrita como a fase de ouro dos dramas românticos teens, com clássicos tipo Dawson’s Creek, One Tree Hill (Lances da Vida) e The Vampire Diaries (Diários de Um Vampiro). Inegavelmente, O Verão que Mudou Minha Vida resgatou a magia dessas séries icônicas.
O triângulo amoroso de Jeremiah-Belly-Conrad é um convite para revisitar emoções de um tempo em que tudo parecia inédito: a ansiedade de ser notada, o turbilhão de sensações, o medo de se machucar e, ao mesmo tempo, a necessidade de se sentir desejada.
A série consegue, com perfeição, concretizar o território instável entre a inocência da adolescência e os dilemas dos primeiros passos na vida adulta.
Toda identificação com O Verão que Mudou Minha Vida vai além das redes sociais, onde fãs travam todo tipo de debate sobre a história. Mulheres maduras organizam jantares temáticos, despedidas de solteira e até noites em bares com drinks batizados em homenagem aos personagens.
Parte desse encanto está também na leveza com que os fãs tratam os exageros da narrativa. Piadas sobre alianças minúsculas ou sobre Belly namorar dois irmãos circulam com carinho, como se fossem brincadeiras entre amigos.
No fundo, o que sustenta a devoção é a lembrança universal do primeiro amor: caótico, arrebatador e, muitas vezes, doloroso. É reviver não somente um romance perdido, mas também a busca por um sentimento verdadeiro e duradouro. •

João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br