NA HBO

O que é greenwashing? Truque corporativo é explorado pela série Industry

Drama sobre o mercado financeiro está mais afiado do que nunca
DIVULGAÇÃO/HBO
Kit Harington na 3ª temporada de Industry
Kit Harington na 3ª temporada de Industry

Afiada como nunca, a série Industry usa a terceira temporada para fazer paródia de um truque marqueteiro do mundo corporativo. O drama britânico coloca o greenwashing no centro da narrativa; episódios inéditos são lançados nas noites do domingo, na HBO e Max. Em duas frentes, a série faz uma crítica brutal a essa prática, que se sustenta mais pela aparência (em troca de dinheiro e status) do que por uma consciência ambiental verdadeira em prol do bem-estar da humanidade.

Basicamente, greenwashing é uma estratégia de marketing enganosa usada por companhias para criar uma falsa impressão de responsabilidade ambiental. Esse termo se refere às realizações de organizações que promovem produtos, serviços ou políticas classificadas como ambientalmente corretas, só que, na realidade, esses esforços são superficiais ou inconsistentes com a sustentabilidade.

Um dos problemas mais sérios do greenwashing é que ele pode confundir consumidores e financiadores, fazendo-os acreditar que estão contribuindo para a sustentabilidade ao escolher determinados produtos ou investir em certas empresas.

Em vez de adotarem práticas genuinamente sustentáveis, essas corporações investem em campanhas publicitárias que exageram ou distorcem os benefícios ecológicos de suas atividades, utilizando rótulos tipo “verde” para atrair consumidores preocupados com o meio ambiente.

Entra Industry na conversa. Parte da trama da terceira temporada é focada no novo personagem chamado Henry Muck (Kit Harington), empresário desses de vibe descolada que tem uma empresa que oferece energia “verde” (olha a palavra-chave aparecendo). A start-up prepara uma IPO e o banco Pierpoint cuida dessa abertura de capital.

O Pierpoint está na ativa há 150 anos; é cópia de uma Goldman Sachs ou Merrill Lynch da vida real. A empresa quer diversificar seu portfólio e adotar um caminho socialmente mais consciente. Daí o interesse e investimento na firma de Henry Muck, batizada de Lumi.

São várias ironias aplicadas nessa história. Como quando chega o dia da Lumi finalmente abrir o capital na bolsa de valores. Antes de tocar o sino, Muck comenta, com orgulho, que a sua empresa é a fornecedora de energia do prédio da bolsa. Segundos antes do pregão iniciar, acontece uma queda de energia geral no local, o que além de provocar um caos e manchar a imagem da empresa, faz o seu valor despencar no mercado logo no dia da sua estreia.

Na outra frente em que Industry cutuca o greenwshing, o protagonismo é de Harper Stern (Myha’la). Fora da Pierpoint, ela arranja um emprego numa firma de investimento que é exageradamente “verde”, com funcionários que ficam irritados quando o colega joga o copo descartável de café no lixo comum ou invés de descartá-lo no lixo reciclável.

A FutureDawn é um fundo de investimento enraizado nas políticas ESG, sigla em inglês que resume ações que uma empresa toma para cuidar do meio ambiente e agir de forma responsável dentro do contexto social, tudo aliado a uma transparência empresarial. Na FutureDawm, só vale investir em empresas tidas como éticas.

Em meio a esse mundo verde utópico, Harper sugere que uma das sócias da FutureDawn, a mais subestimada da dupla, invista em gás natural para manipular o mercado, chocado com a bagunça na Lumi. É simplesmente uma decisão que vai de encontro aos princípios da FutureDawn, que tanto se preocupa em parecer “verde”. Detalhe: essa movimentação contra a ética da empresa gerou lucro.

Siga nas redes

Fale conosco

Compartilhe sugestões de pauta, faça críticas e elogios, aponte erros… Enfim, sinta-se à vontade e fale diretamente com a redação do Diário de Séries. Mande um e-mail para:
contato@diariodeseries.com.br
magnifiercross