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O que acontece se os atores de Hollywood entrarem em greve?

Paralisação pode ser decretada na próxima quarta, a primeira desde 1986
DIVULGAÇÃO/SAG
Sindicato dos atores está pronto para a greve, com cartaz em mãos e tudo mais
Sindicato dos atores está pronto para a greve, com cartaz em mãos e tudo mais

As consequências de uma possível greve dos atores de Hollywood são graves e extensas, indo além do impacto na produção de séries. Ela pode ser decretada na próxima quarta-feira (12), quando chega ao fim o atual contrato entre os sindicatos dos atores (SAG) e a AMPTP, entidade que representa os noves maiores estúdios da indústria do entretenimento americana. 

Caso entrem em greve, os cerca de 160 mil atores vão se juntar aos roteiristas, cuja paralisação já completou dois meses; o que só agrava ainda mais a situação.

Seria a primeira greve dos atores desde 1986; a última mais longa foi em 1980, durou três meses. Se hoje as demandas giram em torno de pagamentos oriundos dos streamings, naquela época a cobrança foi em cima da TV paga e mercado de fitas de videocassete.

Greve dos atores de Hollywood, versão 2023

A greve dos roteiristas não parou a indústria por completo, principalmente tratando-se de séries gravadas fora dos Estados Unidos. Produções como A Casa do Dragão e Industry, cujos roteiros das respectivas temporadas foram finalizados antes do decreto de greve, continuaram os trabalhos de gravação normalmente (mas sem mexer em nenhuma linha de roteiro).

Com a paralisação dos atores vai ser diferente. Os integrantes do SAG não podem aparecer na frente de câmeras, não importa em qual lugar do mundo estejam. Então, qualquer ator integrante do sindicato é obrigado a cruzar os braços. Isso forçará que mais gravações de séries sejam interrompidas.

Claro, a programação da TV americana e dos streamings (de alcance global) vão ser afetadas diretamente. Com um detalhe: haverá um impacto também na produção de programas não roteirizados, realities shows e afins, que geralmente contam com integrantes do SAG na equipe de produção.

Coincidentemente, no dia em que termina a extensão do atual contrato entre o SAG e a AMPTP, vão ser anunciados os indicados à 75ª edição do Emmy. Caso ambas as greves, dos atores e roteiristas, prossigam meses a fio, a festa da entrega das estatuetas, marcada para setembro, terá de ser adiada; o plano B é realizá-la em janeiro do ano que vem.

Outro evento que será sensivelmente afetado pela greve dos atores é a Comic-Con de San Diego, o mais importante evento de cultura pop do mundo. Os atores simplesmente não podem participar de feiras desse calibre, promovendo séries e filmes como é de costume. 

Grandes estúdios, tipo Marvel, Universal e Sony, incluindo aí a Netflix, suspenderam ações na Comic-Con de 2023. É impossível e inviável promover séries/filmes sem os protagonistas presentes. O evento deste ano está programado para ocorrer entre 19 e 23 de julho.

Tal qual a feira geek, diversos festivais internacionais vão sofrer com a greve dos atores, pelo mesmo motivo.

Até Wall Street, o coração financeiro dos Estados Unidos, sentirá o baque. Pelo lado negativo, grandes estúdios devem sofrer reveses na cotação de ações, o mesmo vale para os grandes grupos de mídia donos de emissoras de sinal aberto e canais da TV paga. 

Ao mesmo tempo, os streamings tipo Netflix devem se sair melhor, na medida do possível, como se deu durante a pandemia de Covid-19, por causa de dois fatores: muito conteúdo (finalizado) na agulha para ser lançado e ter à disposição programas dos mais variados países, sem depender tanto assim de Hollywood.


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