
Vencedora de três Emmys e eleita melhor drama no Globo de Ouro, Mr. Robot completa dez anos nesta terça-feira, 24 de junho. Trata-se da série mais anarquista e antissistema da TV, no rol das melhores produções do século 21.
Quando estava no ar, entre 2015 e 2019, Mr. Robot foi exibida na TV paga aqui no Brasil, em canais da Warner. Depois, entrou no Prime Video e também teve uma passagem pelo Globoplay. Até chegou a fazer parte da programação da Record, com o subtítulo Sociedade Hacker.
Atualmente, a série não está disponível em nenhum streaming em território brasileiro, o que é de se lamentar.
Com crítica sagaz, o drama explora o mundo do capitalismo com uma visão única, original e inteligente no mais alto grau possível.
No centro da história está Elliot Alderson, gênio em programação de computadores convocado por uma organização secreta para ser a parte-chave de um plano: derrubar o E Corp, maior conglomerado empresarial dos Estados Unidos, apagando de tabela todas as dívidas da população.
Em Mr. Robot, não há apenas uma pregação contra o capitalismo, dizendo que ele é ruim, do mal, etc. O drama esmiúça toda a perversidade desse modus operandi.
O aspecto anarquista e rebelde não é gratuito ou jogado ao ar. Tem muita substância por trás das críticas, que miram bancos, grandes grupos empresariais… nem a cafeteria Starbucks é poupada, muito menos a Marvel e sua fábrica de filmes/séries quase iguais, saindo basicamente da mesma forma para entreter o povo (ou seria alienar?).
Junto ao anticapitalismo militante, Mr. Robot aproveita para fazer uma crítica social cortante. Uma coisa está ligada a outra, pois a trama expõe como o capitalismo adoece pessoas, nos torna maquiavélicos e transforma a sociedade em marionetes desse sistema. •

João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br