ASSASSINOS DOS PAIS

Monstros: como série da Netflix pode libertar os Irmãos Menendez

Defesa dos condenados busca reviravolta surpreendente
DIVULGAÇÃO/NETFLIX
Nicholas Chavez (à esq.) e Cooper Koch em Monstros 2
Nicholas Chavez (à esq.) e Cooper Koch em Monstros 2

A segunda temporada de Monstros, sobre o caso Irmãos Menendez, estreia na Netflix, na quinta-feira (19), com uma abordagem diferente de tantas outras séries, filmes, documentários e reportagens especiais acerca desse true crime. O viés da narrativa é mostrar, enfaticamente, que os assassinos, na verdade, eram as vítimas e agiram em legítima defesa.

Essa visão pode contribuir para mudar a percepção do público sobre os irmãos Menendez, Erik (Cooper Koch) e Lyle (Nicholas Chavez), presos em 1990 acusados de assassinar a própria mãe e o pai; eles receberam a sentença de prisão perpétua. Hoje, na casa dos 50 anos, passam a vida atrás das grades, em celas separadas, em um presídio localizado na Califórnia. 

Paralelo a isso, uma ação real acontecerá para libertar os irmãos. A defesa deles tem em mãos uma carta, nunca usada nos tribunais, escrita por Erik, então com 17 anos, para o primo Andy. Nela, Erik fala dos abusos sofridos dentro de casa, físicos e emocionais, praticados pelo pai e com o consentimento da mãe.

Essa linha foi defendida pelos advogados dos irmãos em todos os julgamentos anteriores, mas nunca colou por falta de uma prova concreta.

Entenda o caso Irmãos Menendez

Em 20 de agosto de 1989, Erik e Lyle mataram seis pais, José (Javier Bardem) e Mary Louise “Kitty” Menéndez (Chloë Sevigny). O crime parou os Estados Unidos e as investigações dominaram o noticiário, assim como o julgamento. 

Os irmãos foram julgados duas vezes, com o primeiro julgamento resultando em impasse no júri, e o segundo terminando em condenações por homicídio de primeiro grau e conspiração para cometer homicídio.

Erik e Lyle alegaram que agiram em legítima defesa, pois sofreram abusos durante anos por parte de seus pais, tanto em questões sexuais quanto psicológicas. Eles temiam por suas próprias vidas. Já a acusação argumentou que eles queriam herdar a fortuna da família.

A insistência em mostrar que os irmãos agiram em legítima defesa chegou a ser proibida nos tribunais. Em outro julgamento posterior, os advogados da dupla não puderam usar esse argumento por ter sido rejeitado duas vezes anteriormente.

Assim, os garotos seguem atrás das grades cumprindo prisão perpétua, sem qualquer possibilidade de liberdade condicional. Mas, com a evidência da carta, eles vão tentar emplacar (mais uma vez) um habeas corpus, instrumento jurídico destinado a proteger o direito de liberdade de locomoção, que pode ser ameaçado ou violado de maneira ilegal, ou arbitrária.

Esse recurso é utilizado quando alguém é privado de sua liberdade de maneira indevida ou sofre constrangimento ilegal em sua liberdade de ir e vir.

Os irmãos Menendez sempre bateram na tecla do abuso que sofreram durante a infância, o que prejudicou a formação mental de ambos. Terapeutas que examinaram os dois na época do crime disseram que a idade emocional deles era de 8 e 10 anos, apesar de a idade real ser de 18 e 21.

Por causa de publicações sobre o caso, principalmente do jornalista e escritor Robert Rand, muitos têm mudado de ponto de vista, acreditando, sim, que os irmãos foram vítimas de abusos.

Rand é a maior autoridade sobre o caso. Ele escreve sobre esse true crime desde o início. São 35 anos de investigações, com direito a conversas constantes com Erik e Lyle na prisão. O jornalista já entrevistou todo tipo de pessoa envolvida, de parentes a policiais, passando por testemunhas. Foi ele quem encontrou a tal carta que pode ser a reviravolta do caso.

Siga nas redes

Fale conosco

Compartilhe sugestões de pauta, faça críticas e elogios, aponte erros… Enfim, sinta-se à vontade e fale diretamente com a redação do Diário de Séries. Mande um e-mail para:
contato@diariodeseries.com.br
magnifiercross