A segunda temporada de Silo (Apple TV+), encerrada na última sexta-feira (17), trouxe uma mensagem cifrada que poucos desvendaram. Isso porque a referência é bem interligada à cultura americana, especificamente ao ambiente universitário. Tudo girando em torno de um dispenser de pastilhas/balas com um pato decorativo.
Os minutos finais do último episódio da segunda temporada de Silo apresentam a cena que ocorre no passado da narrativa (talvez próximo do nosso tempo presente) e tem ligação com um item considerado relíquia no silo 18. A razão do objeto aparecer nesse contexto gerou inúmeras teorias, mas um fato está por trás de sua primeira aparição.
Um jovem deputado representante do Estado da Georgia (onde fica Atlanta, lar dos silos vistos na série) se encontra com uma moça jornalista na cidade de Washington, em um bar; Washington é o distrito federal dos Estados Unidos, similar à Brasília para o Brasil.
Para ele, aquilo era um date amoroso. Para ela, somente uma conversa com fins noticiosos, pois queria saber mais sobre a “bomba suja” (radioativa) que o Irã jogou no território americano. O interesse da repórter é saber se os Estados Unidos vão retaliar.
Ele não responde e decide encerrar o encontro na hora. Antes de ir, o deputado entrega um presente à jornalista, “algo que eu comprei no mercadinho perto de casa”, como disse. Dentro de um saco está o tal dispenser de pastilhas com um pato decorativo.
O político pensou que esse seria um regalo divertido de ser dado num primeiro encontro. Ele sabia que a repórter estudou na Universidade de Oregon, cujo mascote dos times esportivos é um… pato. Ao observar a lembrança, ela acaricia o pato de plástico e dá risada, após o deputado tê-la deixado sozinha.
Teorias de Silo (e o pato)
Na segunda temporada, a protagonista Juliette Nichols, vivida por Rebecca Ferguson vai parar no silo 18 após sair do fosso onde morava e trabalhava como engenheira/xerife, o de número 17.
Relíquias, no universo da série, são itens que faziam parte do passado da humanidade (e são proibidos de circular entre a população dos respectivos silos). No caso, o dispenser com o pato decorativo é uma relíquia do silo 18.
Daí vem a pergunta: como esse objeto foi parar lá?
Uma interpretação possível é que a repórter tenha guardado o presente que ganhou do jornalista. Os dois marcam um novo encontro e, por algum motivo, se aproximam e entram no silo de Atlanta, com ela se mudando para a terra natal do deputado.
O dispenser seria, assim, um símbolo do primeiro encontro. É comum casais guardarem qualquer tipo de recordação acerca do dia em que se viram pela primeira vez.
Existe uma teoria mais brisante de que o dispenser seria meio que uma chave para entrar no silo. Nesse caso, o deputado já tinha conhecimento das construções de inúmeros fossos nos EUA, com o item sendo uma espécie de senha para entrar no local.
Certo é que a já confirmada terceira temporada vai explorar em detalhes tanto a questão de criação dos silos como o que gira ao redor das relíquias, especialmente desse dispenser. •
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br