Na quarta-feira (17), a Academia de Televisão americana irá anunciar os indicados à 76ª edição do Emmy. Vai ter categoria com oito nomes na disputa, outras com cinco, algumas com seis… Por que existe essa diferença? A resposta está na matemática e em uma regra colocada em prática desde 2020.
Foi estabelecido que o número de indicados em cada categoria do Emmy seria proporcional às inscrições em determinada disputa. Isso para refletir o crescimento abundante (e fora de controle) do número de séries produzidas a cada ano, resultando também em mais atores, diretores, roteiristas, etc. de olho no Oscar da TV.
A exceção para essa regra: categorias de melhor drama e melhor comédia. Ambas contam com oito vagas a serem preenchidas, não importando o número de inscrições. Tem quem ache pouco e brigue para expandir o campo para dez.
Em todas as outras corridas, podem ter de dois a oito indicados. A maioria das categorias tem cinco indicados (de 20 a 80 inscrições). Para ter seis concorrentes na briga pela estatueta, precisa ir além disso (de 81 a 160 inscrições).
Porém, são poucas categorias que passam de 80 inscrições. Como ocorre neste ano na briga de melhor ator de drama, com 81. Por existir uma cláusula no regulamento sobre igualdade de gênero, a categoria de melhor atriz de drama também terá seis indicadas, apesar de ter somente 67 inscrições.
Entre as principais categorias de atuação que vão ter cinco indicados, estão: comédia e minissérie/telefilme (protagonistas).
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Geralmente, as disputas entre coadjuvantes tendem a chegar em oito indicações (mais de 240 inscrições), pela obviedade de existir mais atores nesse nível dentro de uma trama. Mas neste ano, a marca de 240 inscrições não foi batida, culminando em categorias com sete vagas abertas; seis para coadjuvantes de comédia.
No meio dessa sopa de números, as minisséries contam com apenas cinco indicadas (menos de 80 inscrições). Isso resulta naquela tradicional lista de esnobadas, pois muita produção de altíssima qualidade vai ficar fora da briga por essa estatueta.
O Emmy não rejeita mudanças. Pelo contrário, nesta década principalmente, a organização tem buscado melhorias em todas as frentes. Pode ser que chegou a hora de mudar e se livrar dessas contas que são lógicas no papel, contudo, na prática, não fazem sentido (veja o caso das minisséries).
Por isso, uma opção seria padronizar as principais categorias (melhor drama, comédia e minissérie) com dez vagas. E todas as disputas de atuação com oito indicados. Dessa forma, só as demais categorias ficariam sujeitas aos números de inscritos.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br