O comediante Marcelo Adnet rouba a cena em A Divisão defendendo um papel inédito na carreira. Essa entrada no drama, na pele de um empresário vítima de sequestro, é para ficar. Ao menos é isso que ele deseja: “Eu espero que [essa atuação] renda frutos e abra horizontes para outros trabalhos”, disse em entrevista à Globo promovendo a nova temporada do drama policial, que tem episódios inéditos lançados às sextas, no Globoplay.
Adnet faz parte do imaginário popular brasileiro, desde os tempos gloriosos da MTV até seus projetos emplacados na Globo. O artista virou sinônimo de humor inteligente e ácido, contando ainda com imitações cirúrgicas e marcantes, de políticos ao inigualável Galvão Bueno.
Em A Divisão, contudo, esse lado mais irreverente é visto só por um instante. Isso porque quando o público conhece o seu personagem, o influente empresário musical Armando, a alegria paira no ar. “Ele é um cara que tem sucesso, é carismático, inteligente, mas, ao mesmo tempo, é muito popular”, descreve Adnet.
No que seria mais um dia comum, Armando é raptado ao sair da gravadora. O caso dele é investigado pela Divisão de Ação Antissequestro comandada pelo delegado Mendonça (Silvio Guindane) e o chefe de investigação Santiago (Erom Cordeiro). Resgatar esse homem com vida é a grande missão da dupla nesta temporada.
Marcelo Adnet falou sobre porque aceitou fazer um trabalho tão oposto à sua trajetória artística até então: “O Armando é um cara solto, engraçado, leve, carinhoso, gente boa e que passa por situações muito difíceis e dramáticas durante a série. Para mim, é sempre legal fazer uma coisa diferente daquilo que o público está acostumado a ver. Então, tem um desafio também como ator, que é muito interessante para mim.”
O humorista ressaltou que foi difícil achar o tom para interpretar Armando, pois ele “passa por uma situação muito pesada, e eu nunca tinha interpretado isso na minha vida”. Armando tem a liberdade cortada e passa por crises emocionais. Ele comentou sobre a complexidade desse personagem, segundo sua própria perspectiva e experiência de vida.
“Se eu tivesse fazendo um jogador de futebol, tenho mais ou menos ideia. Se eu tivesse que fazer um advogado, eu conheço alguns. Pessoas de outras profissões, também”, esclareceu. “Mas sequestro, nunca estive em um cativeiro, eu não conheço particularmente uma pessoa que foi sequestrada. É uma emoção que eu definitivamente nunca vivi nada parecido.”
No final das contas, Adnet descreve a oportunidade em A Divisão como “uma experiência sensacional”. E acabou virando um aprendizado:
“Essa experiência me ajudou também emocionalmente, expandindo o meu horizonte emocional. Por mais que seja ficção, saímos do set um pouco abalados no fim do dia. Sofremos de verdade também. Eu chegava em casa com uma sensação de valorização da vida, a vida que eu tenho, o fato de estarmos vivos. É muito intenso.”
A Divisão chega com o terceiro capítulo da terceira temporada nesta sexta (13), no Globoplay; são cinco no total. As outras duas temporadas estão disponíveis no streaming da Globo.
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João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br