A (imperdível) comédia espanhola Machos Alfa foi renovada para a quarta temporada, pela Netflix; a terceira já está pronta, aguardando definição da data de lançamento. Junto com o anúncio da encomenda de novos episódios, a gigante do streaming confirmou que estão no gatilho quatro versões de Machos Alfa, ambientadas na Alemanha, França, Holanda e Itália.
Lançada em 2022, Machos Alfa é um manifesto perfeito do mal-estar da masculinidade. Na trama, os quatro protagonistas temem o fim do patriarcado. Os amigos quarentões percebem que estão perdendo o domínio, os privilégios e a identidade.
No mundo de antes, eles seriam os machos alfa, no comando de seus relacionamentos, de suas carreiras e de suas vidas. Mas, agora, precisam viver na era da igualdade, em uma sociedade com novas regras, que escancara como eles são patéticos.
O gênero comédia sempre foi difícil de exportar, porque muitas se escoram em um tipo de humor que só o público local vai conseguir entender e achar graça. Machos Alfa está no grupo das poucas comédias da Netflix que foram bem aceitas ao redor do mundo. A ideia de fazer essas quatro versões é justamente captar com mais precisão o humor de uma sociedade específica.
Nenhuma dessas adaptações será naquele esquema “cara-crachá”, copiando cena a cena a Machos Alfa matriz. Elas tiveram total liberdade de criar cenários e situações próprias, sempre girando em torno desse mal-estar da masculinidade. Assim, cada série adaptada será única, fugindo da cópia.
A versão alemã começa a ser produzida neste segundo semestre. A francesa iniciou os trabalhos em janeiro, enquanto a holandesa começou a rodar as câmeras em maio, assim como a italiana.
Chefe de Conteúdo da Netflix na Emea (Europa, Oriente Médio e África), Larry Tanz explicou para o site Variety que são comuns conversas de executivos de diversos países sobre o que está rolando de novo em cada território. Foi numa dessas interações que Machos Alfa foi exaltada por esse ponto de vista da adaptação, de como cada país poderia fazer uma série diferente da outra, mas usando a mesma base.
“Estamos numa posição em que, se alguém de um dos nossos territórios adora algo que foi feito em outro país, surge uma negociação rápida e fácil entre os times para debater sobre a possibilidade de adaptação”, disse Tanz.
João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br
