A atriz Andréia Horta foi escalada para Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente, nova minissérie nacional da HBO. A trama traz um retrato sobre a epidemia de Aids no Brasil na virada da década de 1980 para 1990. De acordo com a coluna Play, do jornal o Globo, Andréia vai interpretar Andréia Brito, personagem livremente inspirada em Sandra Bréa (1952-2000), atriz sex symbol durante os anos 1970 e 1980 que se tornou um ícone da luta contra a Aids.
Em Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente, a atriz Andréia Horta vai reproduzir entrevistas que Sandra Bréa concedeu décadas atrás. Em 1993, ela revelou ao público sua condição de portadora do vírus HIV; tinha 41 anos. Sandra foi a primeira artista brasileira a falar publicamente sobre a Aids, sendo o rosto de uma campanha de conscientização durante um período no qual se falava muito pouco acerca desse assunto.
Sandra contou que descobriu ter o vírus HIV ao se preparar para uma cirurgia de cálculo renal. A contaminação, segundo ela, ocorreu por meio de uma transfusão de sangue. Destemida, a atriz decidiu ser uma espécie de “garota propaganda” de um movimento contra a discriminação de pessoas contaminadas pelo HIV.
Muito famosa, Sandra foi estrela de várias novelas da Globo, incluindo a versão original de Elas por Elas (1982), cujo remake atualmente está sendo exibido na emissora líder de audiência, na faixa das 18h. Símbolo sexual, posou nua para várias revistas masculinas, como a Playboy, foi estrela de filmes eróticos e tratada como musa das pornochanchadas.
Sandra Bréa morreu aos 48 anos, em maio de 2000, após complicações de câncer no pulmão, vítima de uma parada respiratória.
Série sobre a epidemia da Aids no Brasil
A minissérie Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente, composta de cinco episódios, é baseada em histórias reais. O protagonismo é de Johnny Massaro (Filhos da Pátria), Ícaro Silva (Coisa Mais Linda) e Bruna Linzmeyer (Notícias Populares).
Em 1982, foi registrado o primeiro caso de Aids no Brasil, uma doença pouco conhecida até então e que afetou a vida de centenas de pessoas de todas as classes sociais.
As pautas de liberdade em relação à expressão e orientação sexual estavam em alta na época, logo após a abertura política do país. Mas esta liberdade foi impactada pela chegada da doença, que no primeiro momento afetou principalmente homens homossexuais. Os infectados não tinham acesso a medicamentos para lutar pela vida, além de enfrentarem o medo e o preconceito.
O Brasil saiu à frente na América Latina, sendo o primeiro país da região a começar os testes para detectar anticorpos para o HIV-1, causador da infecção, em 1987. No mesmo ano, foi publicado o primeiro estudo comprovando a eficácia do AZT, medicamento antirretroviral para pacientes com AIDS no mundo.
A trama de Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente retrata a história de um grupo de comissários de bordo no Rio de Janeiro, liderados por um chefe de cabine gay e com HIV, que cria um esquema de contrabando de AZT para salvar vidas de pessoas com a infecção. Na época, o medicamento tinha venda proibida no país, mas era a única esperança para quem fosse diagnosticado, principalmente no estágio avançado da doença.
Ainda não há previsão de estreia da minissérie.
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João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br