ESTILISTA RENOMADO

Karl Lagerfeld foi acusado de gordofobia, mas série foge dessa polêmica

Drama francês Becoming Karl Lagerfeld estreia quarta (4), no Disney+
DIVULGAÇÃO/DISNEY
Daniel Brühl na série Becoming Karl Lagerfeld
Daniel Brühl na série Becoming Karl Lagerfeld

A série francesa sobre o estilista Karl Lagerfeld, que estreia no Disney+ na quarta-feira (7), não é uma biografia audiovisual, alertou a criadora Isaure Pisani-Ferry, durante a première mundial da atração na Miptv, em abril. Essa justificativa serve para defender a escolha da trama de não abordar certas polêmicas da vida do famoso designer de moda, como o fato de ele ter dado declarações consideradas gordofóbicas.

Composta de seis episódios, Becoming Karl Lagerfeld foi feita para “não ser uma página de Wikipedia sobre uma pessoa”, contou Isaure. Ela falou sobre a decisão de não destacar nos episódios a posição de Lagerfeld contra mulheres acima do peso. Em entrevistas ao longo da carreira, o estilista criticou “mães gordas”, “mulheres cheinhas” e chegou ao ponto de relacionar doenças que vemos afligir a sociedade com “doenças que as pessoas gordas pegam”.

“[Lagerfeld] é acusado de gordofobia, mas esse homem lutou com seu próprio peso e relacionamento com a comida a vida toda”, comentou Isaure, em entrevista ao site Deadline. “Não se trata de dizermos: ‘Vamos fingir que ele não tinha esse lado sombrio’, mas era importante para nós irmos mais a fundo [do que isso]’.”

Naturalmente, o mundo da moda sempre se mostrou a favor de mulheres não apenas num suposto peso ideal, mas magérrimas. Aquela que apresentasse o mínimo de gordurinha localizada era marginalizada nos quatro cantos, das passarelas aos ensaios de revistas. 

Por mais que esse assunto fosse corrente nos bastidores, pouco se falava abertamente. Karl Lagerfeld era justamente o estilista que não freava a língua e destilava preconceitos sem medo de represálias. Dizia que “ninguém quer ver uma mulher gorda” desfilando ou posando, além de afirmar que “o mundo das roupas bonitas, da alta costura, é sobre sonhos e ilusões.”

Como destacado por Isaure, a espinha dorsal de Becoming Karl Lagerfeld é mostrá-lo entrando no universo das grifes no começo dos anos 1970, enfatizando a rivalidade que travava com nomes do nível de Yves Saint-Laurent. “Foi importante para mim não fazer apenas mais uma história biográfica, pois esse estilo não realça os fatos divertidos da vida”, pontuou.

 

Daniel Brühl em pôster de Becoming Karl Lagerfeld
Daniel Brühl em pôster de Becoming Karl Lagerfeld

Na linha narrativa da série, a vida de Lagerfeld está em um ponto de virada, cercado por personagens cheios de “amor, ódio e ambição, o que nos permitiu abordar temas como vulnerabilidade e a necessidade de reconhecimento.” 

Para montar a história apresentada na atração, Isaure e sua equipe leram tudo sobre o estilista, assim como entrevistaram pessoas que conviviam de perto com ele. Lagerfeld morreu, aos 85 anos, em fevereiro de 2019.

Gravada na França, Mônaco e Itália, Becoming Karl Lagerfeld conta com o ator Daniel Brühl (O Alienista) na pele do renomado e polêmico designer de moda alemão. É a primeira vez que o estilista terá a história de vida retratada em uma série; ele que foi tema de inúmeros documentários.

Foram mais de 2.200 figurantes, mais de 40 sets diferentes e 3 mil figurinos (sendo que 160 foram criados do zero, exclusivos da atração).

Tido como um dos estilistas mais influentes e prolíficos da moda contemporânea, Lagerfeld conquistou vários marcos no mundo das grifes, sendo o de principal notoriedade a revitalização da marca Chanel, durante o começo da década de 1980.

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