
Surpreendentemente, a série Homem x Bebê atingiu o primeiro lugar no ibope da Netflix Brasil após o primeiro dia de disponibilidade na plataforma. A comédia, criada e estrelada pelo lendário Rowan Atkinson (o eterno Mr. Bean), superou verdadeiros hits atuais da gigante do streaming, deixando para trás o k-drama Beijo Explosivo, o reality show Ilhados com a Sogra e a animação Record of Ragnarok.
Quem ainda não conferiu essa novidade e a vê no topo, tem aquela pergunta sincera: Homem x Bebê é boa? Eis uma resposta clara e direta: sim, a série é boa e vale a pena ser assistida. Trata-se de uma atração natalina curta, com quatro episódios de meia hora de duração cada, que cai como uma luva no espírito positivista dessa época do ano, entregando um humor afiado e leve. A série foi montada para quem busca riso fácil e dispara gargalhadas com situações absurdas.
A trama de Homem x Bebê
Depois que seu trabalho como caseiro de uma mansão cheia de tecnologia termina em desastre por causa de um inseto, como visto em Homem x Abelha: A Batalha (2022), Trevor Bingley (Rowan Atkinson) decide trocar esse mundo estressante por uma vida mais tranquila como zelador de uma escola.
Tudo ia bem até o figurão desajeitado receber uma proposta irresistível para cuidar de uma cobertura luxuosa em Londres, no Natal. Só que, no último dia do semestre escolar, ninguém aparece para buscar o Menino Jesus da peça natalina do colégio, e Trevor termina mais uma vez com uma companhia pequenina e muito inesperada.
Agora, com uma cobertura para proteger e um bebê que não sabe nem arrotar sozinho, será que Trevor vai conseguir ter o Natal calmo que esperava e evitar que o fim de ano vire um verdadeiro caos?
Análise
A proposta da série não se distancia muito de Homem x Abelha: A Batalha. A narrativa aposta novamente no humor físico característico de Atkinson, nas expressões exageradas e nos acidentes em cadeia que acompanham cada tentativa do protagonista de resolver o que parece simples.
Com um bebê envolvido e suas fraldas imprevisíveis, o potencial para catástrofes aumenta. Não faltam intrusos, mal-entendidos e aquele momento em que Trevor perderá a criança de vista.
O clima natalino traz um verniz emocional extra, e a história dedica mais tempo à vida pessoal do personagem. Sua relação com a filha e até mesmo o afeto persistente por Jess, conferem uma camada de humanidade ao enredo, sugerindo que, por trás da sucessão de desastres, há um sujeito tentando ficar próximo da própria família.
O resultado é exatamente aquilo que o fã de Atkinson espera: caos calculado, expressão elástica e humor físico afiado. •

João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br



