Do estúdio sem fins lucrativos de Adam McKay, cineasta vencedor de Oscar e Emmy, vem a primeira série de um produtor tradicional de Hollywood feita exclusivamente para o TikTok. Batizada de Noble Energy, a atração da produtora Yellow Dot é uma sátira contra empresas petrolíferas que poluem o meio ambiente e causam desastres catastróficos, sem esquecer dos tropeços em propinas e casos de corrupção espalhados ao longo do caminho.
Feita pensando na geração mais jovem, faixa líder no consumo de vídeos da rede social TikTok, Noble Energy foi gravada na vertical para ter enquadramentos que se encaixem nas telas dos mais diversos aparelhos celulares.
De acordo com a sinopse, a narrativa cômica acompanha uma empresa petrolífera comandada por executivos da mesma família que lutam contra a inovação, os ativistas e entre si enquanto destroem o planeta para proteger os próprios interesses.
Noble Energy estreia no TikTok em 14 de novembro, com o primeiro de 15 episódios.
A primeira temporada começa depois que uma grande explosão causa um derramamento de óleo em uma das plataformas da Noble Energy. Com a cara de ser um dos maiores derramamentos de petróleo já registrados, o acidente representa um risco à família, pois podem perder não só a empresa, mas as benesses atreladas à ela, como a vida de luxo.
Os executivos controlam os danos procurando ajuda de consultores de relações públicas. Os experts desenvolvem um esquema de lavagem verde para rebatizar o tal petróleo como “orgânico”.
Pressionados por políticos a darem explicações, a família encontra executivos petrolíferos experientes que os aconselham a subornar um congressista. Logo após, os dirigentes da empresa descobrem que existe um dedo-duro interno que expôs a negligência deles, encarando assim problemas ainda maiores.
A indústria americana, mesmo com receio, está de olho na massa jovem que assiste aos vídeos postados no TikTok por horas a fio diariamente. Alguns testes recentes foram feitos, como a liberação do filme Meninas Malvadas (2004), completo, dividido em 23 partes na rede social; ação da Paramount Global.
Essa aproximação é cautelosa devido aos recentes investimentos fracassados em séries exclusivas para redes sociais ou aparelhos celulares. O Snapchat tentou entrar nessa, no final da década passada, mas a aventura durou menos de quatro anos pelo simples fato do negócio não ter sido rentável.
Situação similar passou o streaming Quibi, rotulado de “Netflix para celulares”. Com muito dinheiro gasto e um plantel rico de estrelas hollywoodianas. essa plataforma nasceu, em 2020, com o propósito de oferecer séries de ponta com episódios curtos, por volta de 10 minutos cada.
A pandemia de Covid-19 foi só um dos fatores que minou o trabalho da empresa. O streaming fechou oito meses após o lançamento. A videoteca com vários filmes e séries foi vendida, para a Roku, por apenas 5% de todo o investimento que recebeu antes de estrear.
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João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br