A história real do presídio de Tremembé, base da nova série do Prime Video

Uma das produções brasileiras mais badaladas já feitas pelo Prime Video, a série Tremembé estreia nesta sexta-feira (31). É o streaming da Amazon contando uma narrativa, baseada em histórias reais, situada naquela que ficou conhecida como “a prisão dos famosos”, por ter atrás dos muros pessoas que cometeram crimes de grande repercussão no Brasil.

A cidade de Tremembé, situada na região do Vale do Paraíba, a cerca de 150 km de São Paulo, abriga um complexo penitenciário que agrupa cinco unidades: três masculinas e duas femininas.

A escolha desse destino para presos de alta notoriedade está ligada a critérios de segurança e preservação. A SAP (Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo) aponta que detentos sujeitos a “risco de constrangimento físico ou moral pela população carcerária ou pelo crime cometido” podem ser isolados ou remanejados para Tremembé, a fim de evitar confrontos com facções ou exposição exacerbada.

O Complexo Penitenciário de Tremembé teve sua criação formalizada em 31 de maio de 1990, assinado pelo então governador Orestes Quércia. Desde sua concepção, a estrutura foi pensada para englobar múltiplas unidades (regimes fechado, semiaberto, masculino e feminino) sob uma gestão unificada.

Nos anos seguintes, foram agregadas ao complexo diferentes penitenciárias, inclusive a feminina inaugurada em 11 de abril de 2011, a Penitenciária Feminina II de Tremembé, com capacidade para 660 detentas.

Dessa forma, Tremembé emergiu como uma peça-chave do sistema prisional paulista. E não apenas por abrigar presos de perfil comum, mas sobretudo por sua função de receber pessoas condenadas em casos midiáticos.

Pessoas famosas que já cumpriram pena (ou ainda cumprem) no Complexo Penitenciário de Tremembé:

• Robinho (ex‑jogador de futebol) – cumpre pena no P2 da unidade masculina por condenação por estupro coletivo na Itália;
• Thiago Brennand (empresário) – condenado a mais de 20 anos por práticas de violência contra a mulher; detido na P2;
• Walter Delgatti Neto (hacker) – sentenciado por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), designado à P2;
• Lindemberg Alves (ex‑motoboy) – condenado a 39 anos pela morte da ex‑namorada (Eloá) e outros 11 crimes, passou pela unidade;
• Roger Abdelmassih (ex‑médico) – condenado a 173 anos por abuso sexual de 37 pacientes; figura entre os detentos notórios da unidade masculina;
• Francisco de Assis Pereira – o serial killer conhecido como Maníaco do Parque;
• Alexandre Nardoni – condenado pela morte da filha Isabella Nardoni, esteve no complexo;
• Cristian Cravinhos (um dos irmãos Cravinhos) – participou do crime que vitimou os pais da ex‑cunhada Suzane von Richthofen, e esteve nos alojamentos da unidade;
• Suzane von Richthofen – condenada pela morte dos pais, esteve na ala feminina do complexo (P1 feminina) e deixou a unidade para regime aberto em janeiro de 2023;
• Elize Matsunaga – condenada pelo assassinato do marido, também esteve na ala feminina da unidade;
• Anna Carolina Jatobá – mulher de Alexandre Nardoni, esteve presa na unidade feminina;
• Gil Rugai – condenado pela morte do pai e da madrasta, passou pelo complexo masculino;
• Edinho (ex‑goleiro, filho de Pelé) – cumpriu pena no complexo por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro;
• Ronnie Lessa (ex-PM) – confessou ter assassinado a vereadora Marielle Franco.

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João da Paz

João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br