TRUE CRIME

A história real de Os Quatro da Candelária, nova série da Netflix

Drama brasileiro reconta a Chacina da Candelária, massacre bárbaro ocorrido em 1993
DIVULGAÇÃO/NETFLIX
Imagem da série nacional Os Quatro da Candelária
Imagem da série nacional Os Quatro da Candelária

A Netflix lançou, nesta quarta-feira (30), a minissérie nacional Os Quatro da Candelária, narrativa ficcional sobre a Chacina da Candelária, considerado um dos casos mais brutais de violência urbana da história do Brasil. Composta de quatro episódios, o true crime acompanha as 36 horas anteriores à tragédia, pelo ponto de vista de quatro crianças.

Momentos de esperança e dureza se mesclam na trama de Os Quatro da Candelária, que segue os protagonistas Douglas (Samuel Silva), Sete (Patrick Congo), Jesus (Andrei Marques) e Pipoca (Wendy Queiroz) lutando para sobreviver nas ruas da cidade do Rio de Janeiro. 

Existe um cuidado e carinho entre eles, uma amizade forte apesar do ambiente tão hostil em que vivem. O enredo cheio de tensão e emoção, conduz o espectador até a trágica noite de 23 de julho de 1993.

Fatos sobre a Chacina da Candelária
Nas horas finais do dia 23 de julho de 1993, uma sexta-feira, o famigerado massacre aconteceu nas proximidades da Igreja da Candelária, no centro do Rio, onde crianças e adolescentes em situação de rua costumavam se reunir. Eles dormiam nos arredores do templo, buscando proteção. A região, na época, era onde ficava o centro financeiro da segunda maior cidade do Brasil.

Oito jovens (sendo seis menores de idade) foram assassinados a sangue-frio por um grupo de policiais militares, em uma ação que chocou o país e gerou repercussão internacional. As vítimas tinham idades entre 11 e 19 anos, e muitas delas viviam em condições de extrema vulnerabilidade. O ataque foi entre as 22h e as 23h, durando cerca de dez minutos.

Os assassinos abriram fogo contra os adolescentes que dormiam na área. Os disparos foram rápidos e impiedosos. Houve sobreviventes, jovens que conseguiram se esconder. Alguns deles, feridos, testemunharam contra os criminosos. Relatos indicam que, antes do massacre, eles haviam sido ameaçados e intimidados por policiais, reforçando a suspeita de que a ação foi premeditada.

Segundo as investigações oficiais, conforme registro de reportagem do jornal Folha de S.Paulo, a motivação do ataque bárbaro foi uma discussão entre um soldado da PM e garotos da Candelária. O policial havia levado dois adolescentes que cheiravam cola de sapateiro para a delegacia. Mas, chegando lá, o delegado decidiu soltá-los porque o produto não era considerado entorpecente.

Revoltado, o tal soldado precisou voltar à Candelária, onde fazia o patrulhamento de um ato de sindicalistas. Lá, os jovens teriam zombado do PM, iniciando uma discussão. 

A investigação revelou que os policiais envolvidos no massacre agiam de maneira extrajudicial, com o intuito de “limpar” a cidade, exterminando o que consideravam ser “elementos indesejados”. Embora a ação tenha sido denunciada amplamente, o julgamento foi lento e os responsáveis demoraram a ser punidos; nem todos cumpriram suas penas integralmente.

O caso gerou revolta e indignação não só no Brasil, mas em várias partes do mundo, chamando a atenção para a violência contra jovens em situação de vulnerabilidade e a brutalidade policial. Organizações de direitos humanos denunciaram o ocorrido, e a Chacina da Candelária passou a ser um símbolo do descaso e da violência sofrida por crianças e adolescentes nas ruas da nação verde e amarela.

A chacina também motivou a criação de políticas públicas de proteção à infância e adolescência, por mais que os resultados práticos dessas iniciativas ainda sejam limitados diante da persistência de problemas sociais semelhantes.

Dos quatro policiais condenados, um morreu e os outros três estão em liberdade

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