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A história real da cervejaria Guinness adaptada em série da Netflix

House of Guinness tem roteiro de Steven Knight, criador de Peaky Blinders
DIVULGAÇÃO/NETFLIX
Louis Partridge em House of Guinness
Louis Partridge em House of Guinness

Lançada pela Netflix nesta quinta-feira (25), a série House of Guinness conta a história real de um momento-chave da cervejaria Guinness, marca para lá de centenária, e uma das bebidas mais singulares e famosas em todo o mundo. O roteiro é de Steven Knight, criador de Peaky Blinders.

Claro que há aquele truque da licença criativa na adaptação dos fatos. Dito isso, vale ressaltar que a ideia original da série veio de Ivana Lowell, descendente do clã Guinness, conforme a atração deixa evidente nos créditos.

Ambientada em Dublin e Nova York durante meados dos anos 1800, a trama de House of Guinness começa após a morte de Sir Benjamin Guinness (1868), o grande responsável pelo notável sucesso da cervejaria Guinness. Tem-se, então, uma briga pelo comando da empresa, disputa que lembra Succession (2018-2023), aclamado e premiado drama da HBO.

A história real de House of Guinness
Da ascensão meteórica a escândalos familiares abafados nos arquivos do tempo, a história da família Guinness rende muito, sem esquecer da ferrenha disputa de poder.

O ponto de partida remonta a Arthur Guinness, nascido em 1725 nos arredores de Celbridge. Filho de um administrador de terras, ele aprendeu o ofício ainda jovem, supervisionando a produção de cerveja para trabalhadores rurais. 

Mais do que um prazer, a bebida era vista como alternativa segura à água frequentemente contaminada e também para conter o consumo excessivo de destilados mais fortes.

Com uma herança modesta de cem libras deixada por um arcebispo local, Arthur abriu sua primeira cervejaria em Leixlip. O passo decisivo, porém, veio em 1759. Um contrato de 9 mil anos pelo terreno de St. James’ Gate, em Dublin, onde a Guinness permanece até hoje. Ali, iniciou a produção de porter, estilo londrino que, ao ganhar sua interpretação particular, se transformou no inconfundível stout.

Após a morte de Arthur, em 1803, seu filho Arthur 2º assumiu a liderança. Sob sua gestão, a cerveja irlandesa rompeu fronteiras e chegou a mercados como Índias Ocidentais, África e Estados Unidos. Em 1833, a Guinness já era a maior cervejaria da Irlanda.

Nem tudo foi prosperidade. Um escândalo sexual envolvendo Arthur 3º, outro dos filhos, quase pôs fim à dinastia. Relacionado a um jovem funcionário, o caso levou à sua saída da empresa, com indenização polpuda e silêncio forçado. Assim, Benjamin Guinness, irmão mais novo, ficou sozinho no comando.

Foi Benjamin quem consolidou a marca, introduzindo em 1862 o rótulo que até hoje exibe a assinatura de Arthur Guinness e a icônica harpa celta

Após sua morte, seis anos depois desse marco, a sucessão ficou entre os filhos Arthur 4º e Edward Cecil. O primeiro, mais inclinado à política, acabou cedendo seu quinhão ao irmão.

Coube a Edward modernizar as operações. Ele investiu em tecnologia, construiu armazéns e até uma ferrovia interna para otimizar o transporte de insumos. O resultado foi impressionante: em 1886, a produção alcançou 1,2 milhão de barris. 

No mesmo ano, a Guinness abriu capital na bolsa e, em apenas uma hora, todas as ações foram vendidas. Edward, que reteve um terço delas, tornou-se o homem mais rico da Irlanda.

Mais de um século depois, a cervejaria passou a fazer parte da multinacional Diageo, considerada a maior fabricante de bebidas destiladas do mundo.

Ao longo de séculos, os Guinness combinaram visão empresarial, filantropia e resistência a crises pessoais para transformar uma pequena fábrica em um colosso mundial.

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