
A franquia Monstro ganha um novo capítulo nesta sexta-feira (3), na Netflix. Após narrar as histórias grotescas e violentas de Jeffrey Dahmer (primeira leva) e dos Irmãos Menendez (segunda), agora é a vez de seguir os passos sangrentos de Ed Gein, tratado como o serial killer mais famoso da história dos Estados Unidos.
O assassino ganha vida na pele de Charlie Hunnam (Sons of Anarchy) nesta terceira temporada de Monstro. Durante os anos 1950, Ed Gein não apenas matou várias pessoas, mas também desenterrou cadáveres de mulheres de meia-idade (semelhantes à sua mãe) para fazer objetos com seus restos mortais, como tigelas de crânios, abajures feitos de pele humana e até um traje feminino completo, que ele vestia.
O horror provocado por suas ações ultrapassou as fronteiras do universo policial e, mais tarde, serviu de inspiração para algumas das obras mais marcantes do cinema de terror, entre elas Psicose (1960), O Massacre da Serra Elétrica (1974) e O Silêncio dos Inocentes (1991).
Nascido em 1906, Ed cresceu em um ambiente familiar conturbado. O pai era alcoólatra e a mãe, de temperamento severo, exercia forte influência sobre o menino, advertindo-o constantemente sobre a imoralidade feminina e desencorajando qualquer aproximação social.
Apesar dos abusos psicológicos, Ed venerava a mãe, relação que gerava desconforto em seu irmão mais velho, Henry.
A trajetória trágica da família seguiu com o falecimento do pai em 1940 e, quatro anos depois, a morte suspeita de Henry durante um incêndio. Embora o corpo apresentasse sinais de violência, o caso foi classificado como acidente. Os problemas explodiram de vez em 1945, com o falecimento da mãe.
Então, Ed Gein isolou-se em um casarão da família, transformando os cômodos em um santuário. Para sobreviver, realizava pequenos serviços como faz-tudo, e até cuidava de crianças da vizinhança.
A rotina discreta terminou em novembro de 1957, quando a comerciante Bernice Worden desapareceu. Testemunhas afirmaram ter visto Ed em sua companhia, e a investigação levou os policiais até a fazenda.
O cenário encontrado foi de horror: o corpo da mulher estava pendurado em um galpão, sem cabeça e com sinais de mutilação. Dentro da casa, os investigadores descobriram objetos feitos de pele humana, máscaras esculpidas em rostos de vítimas e até um traje completo costurado para que ele pudesse se vestir como uma mulher. Também foi localizada a cabeça de Mary Hogan, dona de bar desaparecida em 1954.
Preso, Ed admitiu dois assassinatos, ambos de mulheres que lembravam fisicamente sua mãe.
Declarado inicialmente incapaz de responder judicialmente, foi internado em hospitais psiquiátricos após diagnóstico de esquizofrenia.
Em 1968, considerado apto a enfrentar um julgamento, acabou condenado pelo homicídio de Worden. Ainda assim, foi novamente classificado como insano no momento do crime e permaneceu internado.
Ed Gein morreu em 26 de julho de 1984, aos 77 anos, no Mendota Mental Health Institute (Instituto de Saúde Mental Mendota), vítima de insuficiência respiratória causada por um câncer de pulmão. •

João da Paz é editor-chefe do site Diário de Séries. Jornalista pós-graduado e showrunner, trabalha na cobertura jornalística especializada em séries desde 2013. Clique aqui e leia todos os textos de João da Paz – email: contato@diariodeseries.com.br